ASSINE
search button

Animação conscientiza jovens surdos e ouvintes sobre câncer de pele

Criação do Programa de Oncobilologia da UFRJ, filme é parte de trilogia sobre prevenção

Compartilhar

Com o objetivo de conscientizar jovens surdos e ouvintes sobre fatores de risco e câncer, o Núcleo de Divulgação do Programa de Oncobiologia do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, com apoio da Fundação do Câncer, lançou novo vídeo de animação sobre prevenção e deteccão de câncer de pele, o mais comum na população brasileira. 

O filme intitulado “Memórias de minhas pintas tristes” (uma homenagem ao escritor colombiano Gabriel Garcia Marques) é parte de uma trilogia que inclui “Amor em tempos de HPV”, sobre o vírus do Papiloma Humano e “Jogo de uma morte anunciada”, que trata da relação entre a indústria do tabaco e os jovens.

O roteiro da animação é baseado nos resultados de uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Divulgação do Programa de Oncobiologia com cerca de 900 banhistas  nas praias cariocas durante o verão, onde identificou-se  que, apesar  de saberem da importância do uso do passar filtro solar, as pessoas não sabem  utilizá-lo  de forma adequada. 

Além disso, a pesquisa revelou que a  maioria dos entrevistados não sabe identificar uma pinta maligna e, portanto, o momento que  deve procurar o dermatologista. A detecção precoce, segundo especialistas, faz toda a diferença no tratamento do câncer de  pele já que, diagnosticado no início, a doença  tem 100% de chance de cura.

"Memórias de minhas pintas tristes" mostra os cuidados que devem ser tomadas para evitar o surgimento de manchas em qualquer parte do corpo e as diferentes características de uma mancha comum e de uma maligna, por meio do encontro de um casal e suas respectivas pintas, numa praia. 

Outro ponto importante abordado no filme é a necessidade de acompanhamento especializado assim que for detectada qualquer anormalidade na pele..A concepção e o roteiro do vídeo são de autoria de Claudia Jurberg, Marina Verjovsky, Gabriel Machado e Tainá Rêgo. Ana Elisa Reis, Suzane Santos  e João Marcos Delou assinam a produção e a animação. 

A pesquisa

Foram ouvidos jovens banhistas de três praias do Rio de Janeiro (Ipanema, Barra da Tijuca e Flamengo). Foi constatado que 20% deles não usam filtro solar e 52% usam apenas quando vão à praia. Apenas 10% dos entrevistados fazem uso do filtro solar diariamente, o que é considerado ideal.

Quando os banhistas que não aplicam protetor solar foram perguntados sobre as razões que os fazem deixar de usar, 307 responderam que esquecem, e 152 afirmam que o protetor dificulta o bronzeamento. Apenas 27 afirmaram não possuir condições financeiras para comprá-lo. 

Os horários que os banhistas mais frequentam a praia são os de índice UV mais elevado, entre 10h e 16h (77%).Ao serem perguntados sobre as características de uma pinta cancerosa, a maioria não soube responder (415 pessoas). 

Entre os entrevistados, 13% já tiveram algum familiar com câncer e, destes, 88% usam filtro solar com fator de proteção a partir de 15, mas 40% não aplicaram o protetor no dia da entrevista.Dos entrevistados, 74% apresentam índices preocupantes de queimaduras solares (ficam vermelhos e descascam), mas este índice é menor entre quem não usa protetor. Ou seja, existe aí o chamado “paradoxo do protetor solar”: quem passa mais, se queima mais.