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Disney e YouTube fecham acordo para produzir séries online

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A Disney e o YouTube devem anunciar nesta segunda-feira um acordo sobre a produção e disponibilização gratuita de webséries de animação. Segundo o The New York Times, a divisão Interactive Media da Disney e o site de vídeos que pertence ao Google vão investir entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões, juntos, para a produção de seriados originais para a internet.

A Disney vai criar um canal no YouTube, onde fará a transmissão do conteúdo, de forma gratuita. A página ainda terá vídeos amadores enviados para o YouTube e selecionados pela produtora famosa por seus desenhos animados. Para o estúdio, a integração com o YouTube será um dos chamarizes da nova versão do seu site, previsto para o segundo semestre do ano que vem.

A parceria prevê que a Disney produza as séries e venda as publicidades, dividindo o lucro destas últimas com o YouTube. A princípio, o estúdio tocará oito webseriados por vez. O primeiro deles é Where's my Water?, baseado no popular aplicativo de mesmo nome, que traz o crocodilo Swampy como protagonista das aventuras.

De acordo com o NYT, o acordo evidencia que ambas as empresas estão admitindo algumas fraquezas. Por um lado, a Disney transparece que seu espaço na internet não é atrativo o bastante para os jovens, que buscam conteúdos em vídeo no YouTube, que parece "mais legal".

"É imperativo ir aonde nossa audiência está", afirmou o copresidente da Disney Interactive, James Pitaro. O executivo entrou na empresa em outubro de 2010, e faz parte de uma nova leva de líderes que têm a missão de produzir vídeos para a web e monetizá-los muito rapidamente. O site do estúdio de animação vem sofrendo com a queda de visitas - de 17,9 milhões em junho para 12,7 milhões em setembro -, o que reflete também os faturamentos da divisão, que perdeu US$ 300 milhões nos últimos quatro trimestres.

Por outro lado, o YouTube deixa claro que precisa da credibilidade de uma empresa de peso do conteúdo infanto-juvenil para convencer os adultos a autorizarem os mais novos a navegar no site de vídeos, onde a qualquer momento pode haver conteúdos provocativos, tanto nas filmagens quanto nos comentários. Além disso, a parceria fazer parte da ambição do produto do Google de conseguir mais conteúdo profissional e competir com a TV a cabo por verbas de publicidade em vídeo. Atrair as crianças com a Disney é, ainda, uma forma de contornar o fechamento da Nickelodeon, da Viacom, que mantém sem conteúdo audiovisual longe do YouTube.