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Estudo nacional alerta para infecção silenciosa e ameaça fertilidade

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O Centro de Referência e Treinamento em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) divulgou nessa quinta, 27, dados preocupantes. De acordo com a pesquisa nacional, a incidência da bactéria causadora da clamídia entre mulheres jovens chegou a aproximadamente 10%, o que representa uma ameaça a fertilidade. Ao todo 2.071 mulheres, entre 15 e 24 anos, atendidas nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), nas cinco macrorregiões do país (norte, nordeste, sudeste, sul, centro-oeste) participaram do estudo.

Infertilidade é uma das conquências da clamídia

As infecções causadas pela clamídia estão entre as doenças sexualmente transmissíveis que mais geram quadros de infertilidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), três em cada quatro mulheres com infertilidade tubária são soropositivas para a doença. A organização alerta ainda que a cada ano surgem cerca de 92 milhões de novos casos de clamídia em todo mundo. Entretanto, apenas uma pequena parcela deles é diagnosticada e tratada já que a doença é silenciosa, com 80% dos casos assintomáticos nas mulheres e 50% nos homens.

“Quando deparamos com uma paciente com dificuldade de engravidar, um dos primeiros passos é conferir como estão suas tubas uterinas”, salienta o especialista em medicina reprodutiva, João Ricardo Auler, membro da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida e diretor médico da Clínica Pró Nascer.

O especialista chama a atenção para a importância da prevenção e diagnóstico precoce, já que os sintomas da clamídia só se manifestam quando a doença está avançada. O médico lembra que muitas bactérias estão se tornando resistentes aos antibióticos, o que dificulta o controle da infecção. Sexo seguro e exames periódicos são fundamentais, tanto para a mulher quanto para o homem.

Além do contágio sexual, a clamídia pode ser transmitida da mãe para o bebê no momento do nascimento. Estudos da OMS dizem que a gestante portadora da doença está mais sujeita a sofrer abortos e partos prematuros. Outro dado preocupante é que as chances de contaminação pelo HIV se tornam de três a seis vezes maiores em infectados pela Chlamyda trachomatis, bactéria causadora da clamídia.