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Sobrepeso afeta produção de espermatozoides aumenta risco de impotência

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De acordo com um levantamento IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 50% da população com mais de 20 anos está acima do peso, sendo que quase 17% das mulheres e 12,5% dos homens são obesos. Os malefícios do sobrepeso são amplamente divulgados, porém, poucas pessoas sabem que esse transtorno pode levar à infertilidade e a uma série de disfunções urológicas, incluindo a impotência.

 

Especificamente no caso dos homens, a produção de testosterona, hormônio responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características masculinas, além da normalidade das funções e do desempenho sexual, cai drasticamente. Segundo o urologista André Guilherme Cavalcanti, membro da Sociedade Brasileira de Urologia e chefe do serviço dessa especialidade no Hospital Municipal Souza Aguiar, o obeso produz mais hormônios do que uma pessoa de peso regular, o que pode levar a transtornos em seu sistema reprodutivo. Porém, a questão mais drástica está ligada especificamente à destinação desse hormônio e à forma como ele age no organismo masculino:

 

- A produção de testosterona é realizada por células especializadas e presentes nos testículos, mas o estímulo para essa produção vem de outros hormônios, provenientes da glândula hipófise, conforme as demandas particulares do organismo diante das diversas situações e momentos da sua vida de cada pessoa. Normalmente, uma pequena parte da testosterona é transformada em um hormônio feminino chamado estradiaol, mas, quando um homem está obeso, algumas enzimas atuam de forma a aumentar essa produção, o que pode causar desordem nos processos de estimulação para a formação de espermatozóides, diminuição da libido masculina e, até mesmo, dificuldade de ereção.

 

Números de uma pesquisa apresentada em janeiro no congresso da Sociedade Européia de Reprodução Humana reforçam a afirmação do especialista. Segundo as análises, homens obesos produzem cerca de 8 milhões de espermatozóides a menos do os com peso regular. Além disso, outro estudo apresentado no encontro, realizado pela Universidade de Catania, na Itália, apontou que os homens com sobrepeso produzem espermatozóides de pior qualidade, mais lentos e com anomalias de morfológicas, interferindo em sua capacidade de penetração e fecundação do óvulo feminino.

 

As dificuldades para gerar filhos têm relação direta com o aumento alarmante da obesidade no mundo todo e, em cerca de 42% dos casos, há fatores masculinos envolvidos nos problemas de infertilidade dos casais. Estudos recentes realizados pela Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, indicam que, em cada cinco homens saudáveis com idade entre 18 e 25 anos, apenas um produz uma quantidade de espermatozóides normal e desejável, de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). “O homem tem um papel fundamental no processo reprodutivo e, hoje, 15% da população masculina mundial é infértil, taxa que já vem superando a feminina”, analisa Cavalcanti, que também é diretor do Centro de Fertilidade Rede D’Or e do Centro Integrado de Saúde do Homem, ambos no Rio de Janeiro.

 

Quando relacionada à impotência, a obesidade também é responsável por resultados catastróficos, especialmente nos casos em que está ligada ao excesso de gordura abdominal. Segundo um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública Harvard, nos Estados Unidos, que analisaram 22 mil homens de 40 a 75 anos, o risco médio do surgimento de problemas de ereção nos obesos e sedentários é 2,5 vezes maior do que naqueles que mantém uma rotina de atividades físicas e uma circunferência abdominal dentro dos padrões considerados saudáveis pela OMS. Também foi verificado que a prática de 30 minutos diários de exercícios físicos vigorosos tem forte relação com a diminuição do distúrbio, após seu surgimento.

 

Dr. André Cavalcanti explica que o risco do desenvolvimento de disfunções eréteis está relacionado intimamente com o de doenças cardiovasculares. “Todo tipo de atitude que é benéfica para o coração é igualmente positiva para a atividade sexual. Por isso, bons hábitos alimentares e a prática de atividades físicas devem ser preocupações constantes do homem, principalmente para aqueles que querem manter uma vida sexual satisfatória durante todos os anos de sua vida. Uma dieta rica em vegetais e alimentos antioxidantes e pobre em carboidratos e gordura animal é altamente recomendada e deve estar sempre acompanhada de avaliações médicas regulares, em todas as fases da vida masculina”, conclui o especialista.

 

(Informações da Assessoria de Imprensa)