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Descoberta de duplicação de gene pode ajudar a combater leucemia

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Agência EFE

PAMPLONA (ESPANHA) - A descoberta da duplicação de um determinado gene em 8% dos afetados por um tipo de leucemia linfoblástica aguda, um câncer agressivo freqüente em crianças e adolescentes, pode ser o passo inicial para um novo tratamento contra a doença.

A constatação está num trabalho publicado na revista 'Nature Genetics'. O estudo foi feito na Universidade de Louvain (Bélgica) e teve a colaboração de cientistas do Centro de Pesquisa Médica Aplicada (Cimo) da Universidade de Navarra, na Espanha.

Segundo nota divulgada pela instituição espanhola, os resultados se baseiam na análise de 134 pacientes e podem levar a um novo tratamento para a doença.

Segundo a pesquisadora do Cimo e co-autora da publicação, Maria Dolores Odero, a leucemia linfoblástica aguda de células T representa 15% de todas as leucemias agudas.

- A transformação leucêmica das células T é causada pela cooperação de diversas mutações genéticas. Nossos resultados demonstram que a duplicação do gene MYB é relevante neste tipo de leucemia e, portanto, este gene pode ser um elemento terapêutico - afirmou Odero.

Atualmente o tratamento para estes pacientes é a quimioterapia, embora esteja sendo estudada a inibição do NOTCH1, outro oncogene com um papel importante nesta leucemia.

O problema, segundo a doutora, é que 'o tratamento tem efeitos secundários tóxicos, e por isso deve ser interrompido em alguns pacientes'.

Os resultados publicados na 'Nature Genetics' demonstram que a inibição combinada de NOTCH1 e MYB neste tipo de leucemia é muito eficiente, razão pela qual as conclusões trazem certa esperança para o desenvolvimento de uma combinação de tratamentos com melhor resultado e menos tóxico.