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Cientistas estudam novo tratamento genético contra fibrose cística

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Agência EFE

LONDRES - Uma versão modificada e desativada do vírus da aids poderia tornar-se a base de um novo tratamento genético pré-natal para a fibrose cística, segundo especialistas britânicos que fizeram uma série de experimentos com fetos de rato.

Os cientistas acreditam que o vírus da aids desativado poderia ser manipulado para ter a capacidade de transportar cópias do gene que, quando falha, causa a fibrose cística, deficiência que atinge principalmente os pulmões e o trato digestivo, afirmou o jornal 'The Times'.

Diversos experimentos realizados no University College London (UCL) mostraram que o vírus modificado pode infectar o tecido pulmonar dos fetos de rato.

Os cientistas britânicos trabalham agora em uma posterior modificação do vírus da aids, para que possa levar até o pulmão do feto o material genético necessário para corrigir a doença.

A equipe do UCL, dirigido por Suzy Buckley, ganhou um prêmio da Sociedade Britânica de Tratamento Genético, que financiará seu projeto de colaboração com uma equipe australiana.

Segundo Simon Waddington, um dos colegas da doutora Buckley, pode levar cinco anos para o início dos testes clínicos com esse tratamento.

Caso fique comprovado que funciona, o tratamento em questão pode ter grandes vantagens sobre outros similares, que devem ser aplicados após o nascimento da criança, quando já pode ser muito tarde.

O tratamento genético fetal também apresenta a vantagem de que o sistema imunológico do feto tem menos probabilidades do que os das crianças e adultos de rejeitar o vírus modificado, e este tem mais chances de chegar às células-tronco das quais se originam os outros tecidos.

O vetor que utiliza o HIV é uma versão profundamente modificada do vírus em questão, e suas proteínas da superfície também foram alteradas de modo que infecte precisamente as células pulmonares, em vez das células do sistema imunológico, que normalmente são seus alvos.