Agência EFE
PARIS - Cerca de 500 especialistas se reúnem a partir desta segunda-feira em Paris para fazer novas projeções do aquecimento da Terra para este século devido às emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa. O relatório do chamado Grupo de Trabalho I do Grupo Internacional de Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês) será apresentado no dia 2 de fevereiro à imprensa na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), onde acontece a reunião. O chamado 'resumo para os tomadores de decisões' que os cientistas elaboram em Paris será estudado e aprovado por delegados dos governos presentes na sessão.
As novas projeções dos cientistas poderiam situar a elevação das temperaturas em entre 2 e 4,5 graus Celsius até 2100, com relação a 1990, em vez dos 1,4 a 5,8 graus previstos no relatório anterior do IPCC, em 2001. Também serão divulgadas novas previsões da alta do nível dos mares, que no relatório anterior estava entre 9 e 88 centímetros até 2100. Os relatórios do IPCC são compostos por três partes: o estado dos conhecimentos científicos sobre o clima; os impactos regionais da mudança climática e a adaptação das sociedades; e as soluções para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
A conferência de Paris trata somente a primeira parte, que deve alertar os dirigentes sobre o agravamento e aceleração do efeito estufa. A segunda parte será discutida em uma reunião em Bruxelas em abril, e a terceira será tratada em maio, em Bangcoc. A síntese do relatório completo, que será o quarto do IPCC, será adotada em novembro em Valência (Espanha). Os trabalhos do IPCC, criado pela ONU em 1988, levaram à adoção em 1992 do Convênio sobre a Mudança Climática e, em 1997, do Protocolo de Kyoto sobre a redução dos gases do efeito estufa.
Aproveitando a reunião dos especialistas em Paris, o Governo francês convocou para os dias 2 e 3 de fevereiro uma conferência internacional sobre o meio ambiente, para promover sua proposta de Organização do Meio Ambiente da ONU, cujo objetivo seria sistematizar a resposta internacional aos riscos ecológicos globais.