Agência EFE
PEQUIM - Depois de anos de bloqueios a praticamente todos os sites de Taiwan, a China liberou o acesso a algumas páginas na internet. As autoridades de Taiwan, por meio do Conselho de Assuntos da China, confirmaram que foram informadas sobre o desbloqueio de algumas páginas, entre elas as dos jornais 'China Times' e 'United Daily News', editados na 'ilha rebelde'.
Também é possível, ao menos por enquanto, entrar nas páginas do Escritório de Informação do Governo taiuanês (www.gio.gov.tw) e na página sobre o comércio na ilha (www.taiwantrade.com.tw), entre outras.
Liu Te-shun, porta-voz do Conselho de Assuntos da China, comemorou o aparente relaxamento da censura no regime comunista, e pediu que a medida seja ampliada e 'beneficie todos os internautas do país'.
O desbloqueio parece ter sido aplicado apenas na cidade de Pequim e na província de Cantão (Sul), mas não na costa leste chinesa, onde vivem as maiores comunidades de taiuaneses, principalmente empresários.
Segundo o jornal independente 'South China Morning Post', de Hong Kong, pode ser uma tentativa de aproximação da China com Taiwan - as relações entre os dois são tensas há 58 anos - e de conseguir que Taipé volte a permitir que jornalistas do regime comunista trabalhem na ilha.
Em 2005, devido às tensões causadas pela aprovação por parte da China da 'Lei Anti-Secessão', Taipé expulsou os jornalistas chineses da agência estatal 'Xinhua' e do jornal oficial 'Diário do Povo'.
Embora a China tenha imposto durante décadas uma dura censura aos meios de comunicação, alguns gestos parecem indicar certa abertura de Pequim em direção à liberdade de imprensa.
Uma delegação da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que sempre fez duras críticas ao regime de Pequim, viajou esta semana à China para debater com as autoridades chinesas uma maior abertura dos meios de comunicação e da internet.
Por outro lado, este ano entram em vigor novas normas que facilitam o trabalho dos jornalistas estrangeiros no país, como por exemplo, o fim da obrigação de solicitar uma autorização para o Governo antes de entrevistar um cidadão chinês.
Enquanto alguns sites como o Wikipédia, a página da 'BBC' e da Anistia Internacional permanecem bloqueadas, outras já podem ser acessadas, como, entre outras, os blogs do servidor Blogspot.