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Nova tecnologia para reduzir uso de inseticidas na lavoura de soja

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Agência Brasil

BRASÍLIA - Uma nova tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pode reduzir em até 70% o uso de inseticidas no controle de uma das principais pragas que atacam a soja no Brasil. A nova tecnologia, que está em fase final de testes, deve ser vendida para uma empresa privada de São Paulo, que pode colocá-la no mercado até o final do ano.

A pesquisa da Embrapa é desenvolvida com base na reprodução química dos feromônios do percevejo marrom (euschistos heros), uma das principais pragas que atacam as lavouras de soja no país. O feromônio é um cheiro exalado pelo inseto para atrair o sexo oposto para o acasalamento. No caso dos percevejos marrons, quem exala esse cheiro são os machos.

Os pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma espécie de pastilha que exala o feromônio e atraí a fêmea para armadilhas feitas nas próprias plantações. A idéia de atrair as fêmeas é realizar uma amostragem do grau de infestação da lavoura. Ou seja, o produtor poderá verificar a quantidade desses insetos na plantação e dependendo do número capturado, ele pode avaliar se há a necessidade ou não de fazer o controle da praga com a aplicação de inseticidas.

Segundo o responsável pela equipe que realiza a pesquisa da Embrapa, Miguel Borges, o percevejo marrom causa danos irreversíveis para a soja.

- Esse percevejo suga os grãos de soja e com isso diminui o teor de óleo, de lipídios e proteínas do grão. E quando ele termina esse processo de alimentação, ele deixa o grão com um furo, o que possibilita a entrada de fungos e bactérias que podem causar doenças no grão de soja - explicou.

O inseto atua em regiões de temperaturas mais elevadas, principalmente nas culturas de soja desenvolvidas no Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Para lavoura de soja, o uso de inseticidas está chegando próximo 6 milhões de litros por safra para o controle de percevejos.

- Com o feromônio, a gente espera que o produtor possa reduzir a aplicação de inseticida em até 70%. O produtor também tem que ver que reduzindo o uso de inseticida ele também vai estar cooperando coma proteção ambiental - disse Miguel Borges.