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Portela, Beija-Flor e Unidos da Tijuca encantam o público na Sapucaí

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Portela, Beija-Flor e Unidos da Tijuca contagiaram o público no segundo dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. No primeiro dia, as emoções ficaram por conta do Salgueiro, Mocidade Independente e Vila Isabel. Na noite de segunda e madrugada deste terça também se apresentaram São Clemente, União da Ilha e Imperatriz. 

Uma das grandes surpresas dos desfiles deste ano partiu da Portela. A escola de Madureira inovou com quatro paraquedistas que aterrissaram em plena avenida de parapente enquanto os seus componentes pisavam no Sambódromo. E no quesito luxo, a Beija-Flor não deixou para ninguém, com uma explosão de cores nas suas alegorias e fantasias, que arrancou aplausos da comitiva oficial da Guiné Equatorial, tema do seu enredo. 

>> Rio: Segundo dia de desfiles do Grupo Especial, Sambódromo recebe seis escolas

São Clemente

Agremiação do bairro de Botafogo, a São Clemente abriu a noite desta segunda-feira de carnaval (16/2) na Marquês de Sapucaí, às 21h30, com o enredo “A incrível história do homem que só tinha medo da Matinta Perera, da Tocandira e da onça pé de boi", que homenageia o carnavalesco Fernando Pamplona.

A carnavalesca da escola, Rosa Magalhães, já foi aluna de Pamplona e hoje em dia segue os seus passos, sendo uma das mais premiadas do carnaval carioca. Rosa contou na avenida as lendas que assombravam o carnavalesco quando ele era criança e morava no Acre. Caminhando pelas 30 alas da São Clemente, o espectador descobriu o despertar da genialidade do carnavalesco que foi um grande professor da Escola de Belas Artes, pioneiro no carnaval da cidade e encantou o público do Theatro Municipal. A escola teve 3.500 componentes e sete carros alegóricos.  

Portela

A Portela pisou no Sambódromo às 23h com uma surpresa: quatro praticantes de voo livre aterrissaram de parapente em plena avenida, abrindo a apresentação. Um drone caracterizado de águia sobrevoou os integrantes da escola, que prestou uma homenagem aos 450 anos da Cidade Maravilhosa, com o enredo de Alexandre Louzada - “ImaginaRio – 450 janeiros de uma cidade surreal”. A azul e branco de Madureira fez uma viagem imaginária  através das obras de Salvador Dalí dos principais cartões postais do Rio. E quanto à águia, esta entrou em cena imponente e colorida, como um dos símbolos mais respeitados do carnaval carioca.

Com 3.800 componentes, distribuídos em 34 alas, a Portela fez uma viagem pela Baía de Guanabara, com sua beleza natural, passando depois pela orla carioca, enfatizando a inspiração dos grandes músicos da Bossa Nova: Tom Jobim, João Gilberto e outros nomes. Ainda na avenida as montanhas, as favelas, a Lapa e a sua boemia, sem esquecer do trem da Central do Brasil, rumo à terra do samba: Madureira.

Uma das diversas homenagens da Portela ao Rio provocou encanto e tensão no público. O abre-alas Um Abraço do Redentor a Você, Feliz Cidade trouxe uma enorme águia com elementos do Cristo Redentor, abrindo os “braços” na avenida.

As penas da águia se transformavam no manto do Cristo, na parte inferior da escultura, promovendo uma fusão entre o símbolo da escola e o mais famoso ponto turístico da cidade.

A bela surpresa, no entanto, causou preocupação ao passar por baixo de uma torre da Sapucaí. Momentos antes, a águia “se abaixou” para não esbarrar na estrutura. Apesar dos segundos de pânico diante da possibilidade de a escultura ficar presa ou cair, ela passou, levantou novamente e o sucesso da passagem foi muito comemorado pelo público nas arquibancadas.

Beija-Flor

A Beija-Flor de Nilópolis foi a terceira agremiação a entrar na avenida, com o enredo homenageando a cultura africana de Guiné Equatorial. A história contada pela escola passa de pai para filho pelos ancestrais, os chamados griôs. O desenvolvimento da Guiné Equatorial ganhou destaque no Sambódromo, com o enredo "Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade". Uma novidade este ano da Beija-Flor foi a explosão de cores nas alas e carros alegóricos, no lugar das suas cores tradicionais - azul e branco. 

Apesar do tema ter virado motivo de discussão, o samba-enredo e a bateria animaram o público na Sapucaí – Neguinho da Beija-Flor com certeza ajuda muito nisto. Especialmente os ritmistas, que cadenciaram bem a batida com bossas em diversos trechos da música. Novamente, houve a presença de frigideira entre os instrumentos, culminando em um som metálico. 

A rainha da bateria da escola de Nilópolis, na Baixada Fluminense, Raíssa Oliveira, foi intensamente aplaudida pela comitiva oficial do governo de Guiné Equatorial, que assistia ao desfile de um camarote privado. Raíssa retribuiu com uma reverência. O presidente do país africano, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, já acompanha o carnaval do Rio há alguns anos e este ano embarcou para o Brasil com cerca de 40 pessoas para conferir a homenagem da Beija-Flor. Obiang teria contribuído este ano com milhões de reais para o carnaval da agremiação.

Presidente da Guiné Equatorial assiste carnaval na avenida

Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, de 72 anos, e presidente da Guiné Equatorial desde 1978, assistiu ao desfile da Beija-Flor em um camarote privado no Sambódromo. Segundo reportagens recentes, o seu governo teria injetado R$ 10 milhões no desfile da agremiação de Nilópolis para homenagear o país do continente africano.

A diretoria da escola, no entanto, não confirmou o total doado. O presidente da Beija-Flor, Farid Abraão David, admite ter recebido uma contribuição do governo da Guiné Equatorial, mas não revela o montante e ainda afirmou que a sua escola não entra em questões políticas, se referindo à polêmica do país africano ter um regime ditatorial. 

Segundo a revista americana ‘Forbes’, Obiang é o oitavo governante mais rico do mundo. Obiang frequenta o carnaval carioca há muitos anos e já tem imóveis luxuosos no Brasil. A Guiné Equatorial é um país do continente com 700.000 habitantes, terceiro maior produtor de petróleo do continente africano. Ocupa a 136ª posição (de 187) no índice de desenvolvimento humano da ONU. 

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União da Ilha

A quarta escola a entrar na avenida foi a União da Ilha, com o enredo "Beleza Pura?". A destaque da escola, Dani Sperle, pisou na pista exibindo um tapa-sexo comprado no exterior, enquanto Cris Moreno estava com uma fantasia de Transformação da Natureza, que chamou a atenção do público. 

Para conquistar o primeiro título de sua história, a Ilha desafiou os padrões de beleza de diferentes maneiras. Fantasias divertidas, inusitadas e bem-humoradas deram o tom do desfile da agremiação.

Logo na Comissão de Frente, uma Branca de Neve interpretada por uma negra (Cacau Protásio) mostrou o que estava por vir no restante do desfile. Depois, um carro com os 7 anões e a madrasta, personagem que tinha fixação por ser bonita.

Logo em seguida, apareceu o setor que trazia a bela natureza, com a ala das baianas vestida de borboleta. O abre-alas representava a metamorfose.

Depois, as alas começaram a trazer a história da vaidade: tratamentos babilônicos, beleza egípcia, padrão helênico e estética indiana - esta última sofreu com a perda de alguns componentes, que saíram no meio do desfile passando mal devido ao peso da fantasia, que chegava a 25 kg. 

A artes plásticas marcaram presença em um carro que tinha como destaque várias versões da Mona Lisa: Mona Crespa, Lisa, Black...

Em seguida, foi a vez da mda na avenida. Diferentes grifes foram lembradas em carros e até Olivia Palito apareceu. O casamento de Shrek e Fiona esteve representado por uma porta-bandeira e um mestre-sala.

Um dos carros da agremiação apresentou problemas e não pôde entrar na avenida. Em função disso, um dos destaque ficou de fora para não prejudicar a evolução da escola.

Imperatriz 

A Imperatriz Leopoldinense foi a penúltima escola a passar pela Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira (17). Para tentar vencer o Carnaval deste ano, a escola apostou em um enredo contra o racismo e homenageou o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, um dos maiores nomes na luta contra a desigualdade.

Com 3,4 mil componentes, divididos em 32 alas, seis carros e três tripés, Imperatriz representou a África com fantasias e alegorias de cores muito vivas. O desfile idealizado pelo carnavalesco Cahê Rodrigues contou com a presença de celebridades e muita animação entre os componentes da escola.

A escola aproveitou o tema do racismo para homenagear ilustres representantes da raça negra, como Jamelão, Bezerra da Silva, Martinho da Vila, Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Dicró, Leci Brandão, Thaís Araújo, Lázaro Ramos, Jorge Lafond, entre outros. Imagens em preto e branco de cada um deles vieram estampadas em uma ala e em um carro alegórico.

A musa Cris Vianna, que interpreta a rainha Juju Popular na novela Império , deu show ao assumir seu posto na vida real. Emocionada, a atriz desfilou com uma exuberante fantasia dourada.

Além do corpo escultural, Cris Vianna mostrou também muita habilidade no samba no pé, à frente da ala de bateria Joia Africana.

Mandela foi lembrado em diversos momentos da apresentação. O destaque ficou para a comissão de frente Madibas em Ritual de Liberdade , para a ala Fim do Apartheid , seguida por uma ala que representava a liberdade, e para o carro Mandela , que fechou o desfile com uma enorme escultura do líder africano e representações de harmonia entre o negro e o branco.

Atual campeã, Tijuca fecha Carnaval com “neve” na Sapucaí

Campeã do Carnaval de 2014, a Unidos da Tijuca foi a responsável por fechar a última noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, na madrugada desta terça. A escola, que não contou neste ano com o carnavalesco Paulo Barros, fez até “nevar” na Sapucaí em enredo que homenageou a Suíça.

O tema da agremiação era "Um conto marcado no tempo - O olhar suíço de Clóvis Bornay". A escola propôs um olhar da Suíça através de uma narração do carnavalesco, já morto, que tinha ascendência suíça.

Pela Sapucaí, diversos elementos do país europeu foram citados - até mesmo chocolates foram distribuídos na avenida ao público. Do frio – com ringue de esqui! – ao cachorro São Bernardo e até as invenções da nação, como relógios, canivetes e caixa de som. O Carnaval da Unidos da Tijuca levou até o acelerador de partículas do CERN para o desfile. 

Juliana Alves, a Rainha de Bateria encantou a Sapucaí com muito samba no pé e mostrou por que é uma das mais queridas pelo público. Antes de pisar na avenida, a morena se emocionou, mas depois apenas festejou.

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