A grande aposta da verde-e-rosa este ano, em que homenageia Cuiabá, foi a opção por duas baterias e muitas paradonas. Apesar dos décimos que devem ser tirados da pontuação da agremiação no quesito evolução, já que houve correria no fim da apresentação, os carros alegóricos estavam luxuosíssimos, e a escola empolgou muito o público na Marquês de Sapucaí.
O novo esquema da bateria foi motivo de apreensão dos responsáveis pela escola até a hora em que efetivamente foi posto em prática - depois do primeiro recuo da bateria.
Primeiro, foi a vez dos ritmistas fantasiados de maquinistas - aqueles que conduziram o trem dos bambas nos trilhos da história de Cuiabá - adentrarem a Sapucaí. Depois vieram as musas Scheila Carvalho, Maíra Cardi e Joyce Pinheiro. Em seguida, veio o segundo grupo de ritmistas, os chamados cozinheiros. Os ritmistas do surdo um foram responsáveis "por temperar a folia".
"Esperamos que os jurados gostem da novidade deste ano", disse o ex-jogador Júnior, enquanto desfilava pela escola. Sem medo da novidade dar algum problema no desenrolar do desfile, um mangueirense foi categórico: "ensaiamos muito e nos ensaios deu tudo certo. Mas treino é treino e jogo é jogo. Então, vamos aguardar o desfile terminar e ver no que dá. Este ano a gente vai ficar melhor colocado que no ano passado", acredita o folião.
Além das tradicionais cores da agremiação, o carnavalesco fez uma opção por dourado forte e brilhante. Destaque para o carro "Reino Eldorado em busca do ouro: o nascimento de Cuiabá". Criado para mostrar a criação do então povoado de Cuiabá, trouxe índios dourados muito alto em cima do carro alegórico. Representou a busca pelo lendário reino do Eldorado, um lugar onde tudo é de ouro e de pedras preciosas, virando alvo da cobiça de muitos. Uma das 49 alas chamou muito a atenção de quem assistiu ao desfile desta segunda: pelo menos 20 coreanos cantavam a cajuada cuiabense - o refresco de caju consumido diariamente pelo povo do Centro-Oeste.
Cuiabá esteve muito bem representada pela Estação Primeira. Agora, resta esperar a apuração, na quarta-feira de cinzas, e rezar para que a penalização pelos problemas de evolução seja o mínimo possível.