Maior vencedora do Carnaval carioca com 21 títulos, a Portela encerrou o primeiro dia de desfiles ao entrar por volta das 4h na Sapucaí. Completando 90 anos, a agremiação homenageou o bairro-sede no samba-enredo "Madureira... Onde o meu Coração se Deixou Levar".
Com o intérprete-oficial Gilsinho, a agremiação cantou: "Portela, meu orgulho suburbano, traz poetas soberanos nesse trem para cantar, que Madureira é muito mais do que um lugar, é a capital de um sonho que me faz sambar".
A comissão de frente, que apresentava a escola ao público, trazia um trem prateado e passistas que passavam de aristocratas para vedetes, sendo que o trem virava o teatro de Madureira. O nome da comissão é 'Trem de Luxo'.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira representavam a Amazônia. Já o carro abre alas tinha cerca de 50 m de comprimento, com uma águia na frente e praticamente todo azul - que junto com o branco são as cores oficiais da Portela.
Nas 31 alas, o carnavalesco Paulo Menezes preferiu utilizar cores mais 'fortes', como o verde, vermelho e marrom - lógica também utilizada na maioria das sete alegorias que a escola utilizou no desfile na Sapucaí, que contou com cerca de 3,7 mil componentes.
As baianas da agremiação representaram a chegadas das famílias ao bairro de Madureira. Outra parte importante da escola de samba - a bateria - se apresentou com 'paradinhas' e manteve o ritmo da Portela.
Em outra alegoria, chamada de 'O partideiro que versou o mercadão', lembrou do mercadão do bairro carioca, local tradicional de intens de candomblé e ubanda, com grandes caixas e um painel. Uma das curiosidades do desfile foi que um dos mestre-salas da Portela pintava com spray a porta-bandeira durante a apresentação.
As duas escolas de samba de Madureira - Portela e Império Serrano - tiveram destaque em um dos carros alegóricos nas cores verde (Império), azul e branco (Portela). Além disso, uma flâmula carregada por outra porta-bandeira mostrava os símbolos das duas escolas do bairro.