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Com gritos de "é campeã", Unidos da Tijuca encerra Carnaval no Rio 

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Com gritos de "é campeã" de seus integrantes, a Unidos da Tijuca encerrou oficialmente o Carnaval carioca na madrugada deste domingo (26), na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. A agremiação foi a última a se apresentar no desfile das campeãs, que contou com as seis melhores colocadas da festa da cidade.

Com muita criatividade, a escola apresentou a obra de Luiz Gonzaga de um jeito inusitado. Sem couro, gibão e outros elementos da cultura sertaneja, mostrou o enredo O Dia em que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão, contando uma viagem de reis e rainhas de todo o mundo para a coração do rei do sertão.

O enredo foi desenvolvido por Paulo Barros, que desde 2004 tem surpreendido o público na comissão de frente e nas alegorias. Apesar de falar do Nordeste, o carnavalesco optou por não usar as cores e elementos da estética tradicional da região. A história da coroação de Luiz Gonzaga deu margem para o carnavalesco ousar com muitas coreografias, encenações e tecnologia.

Sempre muito aguardada, a comissão de frente da Tijuca apresentou a "Alma da Sanfona", com dançarinos representando turistas guiados por Lampião e Maria Bonita. Os integrantes trocaram de roupa durante todo o desfile, se transformando em sanfonas vivas. Além disso, um tripé representou o instrumento, de onde surgia um dançarino executando performances numa roupa bastante colorida.

A primeira alegoria mostrou um saguão de aeroporto de onde surgiam realezas inusitadas, como Pelé, Roberto Carlos, Michael Jackson, a rainha Elizabeth, Elvis Presley e outras figuras conhecidas do grande público. No carro, esculturas de jegues estilizadas em prata ofereciam serviços de 'Jegue Taxi' às celebridades. Os personagens também apareceram em outros momentos do desfile, pontuando aspectos da viagem pelo sertão até a coroação de Luiz Gonzaga.

As alas mostraram as comidas típicas do Estado, costumes dos sertanejos e a beleza do artesanato local. Outras alas trouxeram as danças típicas, o colorido das roupas e a alegria do povo nordestino. As baianas se fantasiaram com palhas, destacando as criações artesanais da região. "Mercado de São José do Recife", a segunda alegoria da escola, apresentou uma réplica do mercado municipal, com objetos de cerâmica e diversos produtos do artesanato local.

O segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinícius e Jackellyne, abriu uma ala em homenagem aos bonecos de cerâmica criados pelo Mestre Vitalino. Uma grande ala com fantasias do boneco os seguiu, marcando de marrom a passarela do samba. Na terceira alegoria, mais 154 bonecos preencheram um barraco de sapê, cujo telhado foi formado por uma gangorra. Cada um dos integrantes carregou uma sanfona prateada, produzindo um belo efeito visual em contraste com a cor do barro.

As alegorias desenvolvidas pela Tijuca chamaram a atenção do público. "Missa do Vaqueiro" apresentou um brinquedo de parque, o Crazy Dance, no qual doze cavaleiros giravam em diferentes direções sob um chão forrado de bois. Outro destaque foi a alegoria lembrando o Rio São Francisco, com peixes saltando de uma piscina de panos.

O encerramento do desfile contou com uma alegoria que içava no alto da Sapucaí um ator encenando Luiz Gonzaga. Nela, 79 integrantes vestidos de pássaros brancos fizeram uma coreografia em um fundo preto, lembrando a famosa canção Asa Branca. Na passarela, o efeito dos passistas coreografando os movimentos das asas impressionou.