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Provocando rival, Vai-Vai homenageia mulheres em São Paulo 

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Assim como ocorreu no desfile anterior, da Mancha Verde, a Vai-Vai contou com discurso de seu presidente antes de entrar na passarela do samba do sambódromo do Anhembi, na madrugada deste sábado (25), em São Paulo. No entanto, diferentemente do cartola anterior, Neguitão optou por palavras rápidas que serviram mais para cutucar a rival Rosas de Ouro, vice-campeã do Carnaval 2012, do que para criticar os tumultos ocorridos durante a apuração da festa paulistana, na terça-feira (20).

"Ainda falta muito para nos alcançarem. Eles precisam de uns oito, dez anos", exaltou o presidente, cercado por integrantes segurando papeis com os dizeres "não tivemos nada com isso", em referência à violência que cercou o Anhembi no meio da semana.

Com o enredo Mulheres que Brilham, a agremiação, terceira colocada na festa de 2012, começou o desfile com a comissão de frente, baseada em música de Rita Lee, formada quase totalmente por homens travestidos. A única exceção era a atriz Adriana Lessa, que, ao lado dos foliões, encenava os papeis vividos pelas mulheres na sociedade, como dona de casa, heroína, noiva, mãe, dançarina, entre outras.

O grandioso carro abre-alas relembrou o jardim do Éden, com cachoeiras e muitas mulheres semi-nuas. A alegoria, intitulada "Vem de Deus a Luz que Irradia", também contou com uma grande serpente, simbolizando o pecado original de Adão e Eva. A escultura foi composta por mais de 15 mil escamas feitas à mão. À frente do carro, a ala das baianas, na cor lilás e com efeitos luminosos, representou a transformação da mulher ao longo do tempo.

Uma das figuras que chamaram atenção no desfile foi o destaque "A Opressão Não Te Calará", interpretado por Ive Mesquita. Ela representou a escrava Anastácia, do Quilombo dos Palmares, e em sua performance a passista usou uma mordaça e efeitos pirotécnicos para ressaltar a resistência da mulher negra. A presença feminina nos quilombos foi o tema da terceira alegoria, "Sementes da Liberdade", totalmente composta por bambus.

Nas alas, personagens femininas históricas foram homenageadas pela escola. Figuras libertárias foram representadas por Maria Quitéria, Anita Garibaldi e Maria Bonita. Já as personalidades políticas foram homenageadas pela Princesa Isabel e Imperatriz Leopoldina. No total, foram 31 alas com diferentes personalidades femininas.

As artistas brasileiras também foram destaques, com estrelas como Anita Mafaldi, Zélia Gatai e Zuzu Angel foram algumas das homenageadas.