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Mensalão: Brasil só aceita medalha de ouro

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Deve ser defeito de fábrica, mas, francamente, não me ligo fanaticamente aos esportes, como a maioria dos brasileiros. Torço pelo Fluzão desde sempre – e herdei o clube de família, não foi uma opção – visto a camisa verde-amarela nas Copas do Mundo sem entender até hoje o que é um impedimento, assisto um ou outro jogo de vôlei, mas confesso que não tô nem aí para o remo, mal sei o que é handebol e acabei rindo com a desclassificação no tiro ao alvo. Tiro ao alvo? Temos todos os dias com a nossa polícia e com a bandidagem que, muitas vezes, erra o alvo e atinge inocentes.

Para atiçar ainda mais a implicância, tenho que entubar os anunciados Jogos Olímpicos de 2016 e já vi e li muita trampolinagem envolvendo os cartolas daqui e d’ailleurs. Nem quero imaginar o que há por debaixo desses panos. Abafa!!! Alguém conhece cartola pobre? Abafa!!!!

Vai daí, pairo qual uma imbecil quando topo com pessoas debatendo o desempenho do Phelps, a desclassificação dos nossos irmãos Hyppolito, os brilharecos do Cielo na piscina olímpica. É coisa que não me mobiliza, mas, creiam, torço para que o Brasil faça bonito. Nessas horas, sempre me baixa o espírito olímpico, podem crer. Apesar dos cartolas.

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Em compensação, estou atenta e forte para o jogo que se joga agora no Planalto Central. Tremo de medo de sentir no ar o cheiro da muzzarela assando, molho de tomate e massa por baixo, orégano por cima. Pizza. Sabor Zé Dirceu, Delúbio, Valério, Duda Mendonça. Qualquer sabor de pizza  é possível quando o pizzaiolo é o criminalista e ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. Salta aí uma calabresa com cebola!!!! Escrevo na quinta-feira, dia do início dos trabalhos, e leio na rede que Lula da Silva já avisou que não vai assistir ao julgamento. Não me espanta. Ele já não disse que tudo é armação? Sarney ( sempre ele!!!)  sobe em cima do muro - ele que até hoje, sabe lá Deus como, eterniza-se no poder, sem sustos ou cortes especiais, apesar dos malfeitos da família.

Percebo nas redes sociais o mesmo temor que eu sinto. Como podemos acreditar numa corte – a mais alta do país – em que praticamente todos os membros foram nomeados por Lula?  Façam o que fizerem, até o fim de seus dias, perceberão aqueles salários altíssimos e gozarão das regalias – e liturgias – do importante cargo. O jovem Dias Toffoli não me deixa mentir. Até renegar a mulher ele renegou pra marcar uma presença tão discutida em plenário. A mulher foi rebaixada a namorada, quase ficante. É muita pouca vergonha!

Estou muito preocupada com o desenrolar dessa novela de muitos e emocionantes capítulos. Mais do que nunca espero que Deus seja mesmo brasileiro. A essa altura do campenato, só mesmo a intercessão divina para termos o prazer de ver a turma no xilindró. Oremos, pois.

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Quem está na terra é Pierre Barouh, ator, compositor e cineasta francês. O pessoal da minha idade sabe bem quem ele é. Barouh, como noticiei na minha coluna aqui do JB, lança amanhã, dia 6,  na Maison de France o documentário “Saravah”, sobre a MPB. O tempo passa, maltrata todos nós que envelhecemos, mas jamais me esquecerei do casal lindo que ele formou com Anouk Aimée no emblemático filme “Um homem, uma mulher”, de Claude Lelouch. Os dois, aliás, foram casados na vida real. Acho que foi a partir do filme de 1966, no qual ele cantava exatamente a música “Saravah” ( versão de “Bênção”, de Baden e Vinicius) que Barouh despertou para a beleza de nossa música – e eu para o charme e a beleza dele. Acho que vou dar um pulo na Maison de France. Mesmo velho, Barouh dá de dez nesses ministros do Supremo, né, não? 

No nosso cantinho musical, o jovem e lindo Barouh canta com Nicole Croisille o tema eterno de “Un homme, une femme”, música de Francis Lai.