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Planalto articula novo interlocutor com PMDB da Câmara

Ex-deputado e ex-ministro Eliseu Padilha foi escalado para a missão

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A presidente Dilma Rousseff acertou com o vice-presidente, Michel Temer, com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e com o presidente da Câmara, Henrique Alves, que a interlocução do Governo com os deputados do PMDB passará a ser feita pelo ex-deputado e ex-ministro Eliseu Padilha, que deverá ser nomeado nos próximos dias assessor parlamentar de Temer. O acordo foi feito para evitar que o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha, volte a atuar como oposição, levando a bancada a votar contra o Governo em matérias de seu interesse pessoal.

A estratégia do Planalto foi definida logo após a votação da Medida Provisória dos Portos em que Cunha liderou uma resistência ao projeto do governo e quase impõe uma derrota humilhante à Dilma e seu Governo. A presidente ficou bastante irritada com a atuação do líder e alguns de seus assessores diretos, no calor da disputa, chegaram a sugerir a ela que desse o troco com retaliações no mesmo nível. Embora tenha uma personalidade explosiva, a presidente preferiu manter a calma e traçou a estratégia de esvaziamento de Cunha.

Dilma movimenta as peças no tabuleiro do PMDB

A presidente achou melhor não fazer estardalhaço sobre a reação a Cunha e preferiu agir nos bastidores acertando com os peemedebistas palacianos uma manobra que tirasse do deputado pelo Rio de Janeiro seu poder sobre a bancada. Padilha vai atuar discretamente e não terá uma atuação conflitante com o líder na Câmara, não devendo atropelar Eduardo Cunha em momento nenhum.

Eliseu Padilha terá principalmente como foco os deputados com menor projeção, o chamado baixo clero, mais suscetível às articulações das lideranças. Bastante conhecido de boa parte da bancada, Padilha será o canal do governo com o PMDB e dependendo do êxito de sua nova missão, poderá ser também uma ponte entre as meninas poderosas: Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, que até agora não demonstraram a menor habilidade nas relações com o Congresso.