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Standard&Poor's coleciona erros históricos em suas avaliações

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Em meio a polêmicas sobre o andamento da economia brasileira, a notícia da expectativa de redução por parte da agência de classificação de risco Standard&Poor's bota mais lenha na fogueira. Vale destacar que a informação foi anunciada um dia antes da divulgação da inflação oficial, que apresentou nesta sexta-feira (7) desaceleração para 0,37%. Ainda nesta semana, a produção industrial apresentou crescimento de 1,8%, no segundo resultado positivo consecutivo. 

Voltando as atenções para um passado recente, não é difícil detectar desalinhos entre os índices divulgados pela agência de risco e os números concretos da economia no mundo.

O mais clássico deles aconteceu em 2008, nos Estados Unidos, quando a grande crise econômica mundial explodiu. A Standar&Poor's, alinhada com outras agências, indicava que os títulos da dívida do banco Lehman Brothers eram negociados com um 'rating' de "A+" até 180 dias antes da sua falência. Um gigantesco erro de avaliação que veio à tona em setembro de 2008, quando a instituição americana fechou com prejuízos de 485 mil milhões de euros, detonando a mais grave crise econômica dos tempos modernos.

O Departamento de Justiça norte-americano deu início, este ano, a um processo de fraude contra a Standard & Poor’s, por considerar que a agência de rating ignorou as fragilidades dos investimentos em produtos financeiros hipotecários durante o período que antecedeu a crise econômica de 2008.

Como se não bastasse, em 2011, quando a S&P rebaixou de AAA para AA+ a nota da dívida americana, mais uma vez vieram à tona erros de avaliação. O governo dos Estados Unidos emitiu nota afirmando que a agência havia cometido um erro em seus cálculos na singela casa dos US$ 2 trilhões.

Também em 2011, um erro fez com que o site da S&P divulgasse um comunicado rebaixando a nota da França. As autoridades de mercados financeiros do país e da Europa iniciaram uma investigação e a agência retirou a informação do ar, alegando ter sido um equívoco. O "incidente" foi definido como "grave" pela União Europeia.