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Hillary ignora críticas a países ricos durante pronunciamento na Rio+20

Secretária americana elogia liderança brasileira e defende direito reprodutivo das mulheres

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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ignorou as críticas aos países ricos feitas por movimentos sociais e líderes de países pobres e emergentes e anunciou, nesta sexta, na Conferência de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Rio+20, o lançamento de um novo mecanismo de financiamento em energia limpa.

O mecanismo, de U$ 20 milhões, tem por objetivo alavancar diferentes tipos de apoio financeiro dos EUA para proporcionar maiores níveis de investimento do setor privado em projetos de energia limpa, principalmente na África. 

“Todos dizem que são a favor da energia limpa, mas chegou a hora de agir. A África é abençoada com recursos naturais abundantes, no entanto, apenas um em cada quatro domicílios africanos tem energia”, disse ela. Segundo a secretária, o financiamento de US$ 20 milhões já foi aprovado pelo Congresso americano para impulsionar os projetos de energia limpa no continente. 

Hillary agradeceu ao governo brasileiro por sediar a Rio+20 e disse que, graças às lideranças do país, foi possível chegar a um documento final que marca avanços para o desenvolvimento sustentável. "Sabemos que os tempos são difíceis, mas a questão que deve ser discutida por todas as nações é: como vamos crescer no futuro?", indagou.

"Esta não é apenas uma questão de planejamento de longo prazo, mas de ações que precisam ser tomadas imediatamente por todos os povos", acrescentou.

A secretária também elogiou o papel do Brasil na luta contra a miséria. "Milhares conseguiram sair da miséria e estamos trabalhando em conjunto para acabar com a fome crônica, área onde o Brasil apresenta liderança especial", enfatizou Hillary. 

" Este é o momento de sermos otimistas. Um futuro mais próspero está ao nosso alcance, onde todos os povos irão se beneficiar do desenvolvimento sustentável, que é única forma de obter um progresso duradouro. Precisamos de parcerias ágeis voltadas para ações contínuas. O documento final tem muitos princípios importantes. O resultado mais importante é o exemplo de uma nova forma de pensar, que nos levará a modelos para ações futuras", disse. 

A secretária de Estado americana foi aplaudida ao defender os direitos reprodutivos das mulheres. O trecho que falava sobre a proteção desses direitos foi retirado do acordo da Rio+20, após oposição de alguns países e do Vaticano. "Os Estados Unidos continuarão a trabalhar para assegurar que esses direitos sejam respeitados", ressaltou.

"Seremos julgados pelos resultados produzidos para gerações futuras. Por isso, reafirmo o compromisso pessoal e o do presidente Obama para trabalharmos conjuntamente. Não podemos fracassar",concluiu.