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Dilma minimiza críticas à Rio+20: documento é ponto de partida

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Em uma coletiva à imprensa na tarde desta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff tentou minimizar as críticas de entidades da sociedade civil e até de alguns países sobre o documento final da Rio+20, negociado pelo Brasil. Segundo a presidente, o País construiu o "consenso possível" dada a diversidade de nações que integram a ONU. "O país que recebe missão de liderar esse processo é responsável por construir esse consenso possível, que é apenas o ponto de partida, e não de chegada. Se é possível ter consenso é porque todas as nações evoluíram até aqui", afirmou a jornalistas.

"Esse ponto de partida representa até onde as nações conseguem chegar conjuntas. A partir daí elas devem avançar mais. O que não podemos conceber é que alguém fique aquém disso. Além todos devem ir", disse Dilma antes de discursar na cerimônia de encerramento da Rio+20. Ela ainda exaltou o multilateralismo que domina o mundo hoje, ao citar que até a Guerra Fria eram apenas duas visões que se sobrepunham. "Hoje temos outra visão, a do multilateralismo, onde você constrói consensos históricos, que são aqueles possíveis num determinado momento".

Ela ainda citou a conferência de 2009, em Copenhagen, para destacar que naquela ocasião não houve acordo nenhum, ficando apenas em boas intenções. "Naquela conferência, mesmo sem acordo, algumas questões foram levadas. Um exemplo foi a necessidade de financiamento de diferentes países, notadamente aos países da África e às pequenas ilhas. Isso implicaria criar um fundo dos países desenvolvidos para financiar a recuperação desses territórios. Os emergentes também poderiam contribuir de forma voluntária, mas três anos depois isso não aconteceu. O importante quando temos algo escrito, como na Rio+20, é que ninguém pode negar depois", afirmou.

Ela ainda destacou que o Brasil conseguiu mostrar ao mundo que uma nação emergente tem condições de organizar uma reunião de padrão internacional e que tem responsabilidade política para construir um documento de consenso. "Num momento tão difícil de haver consenso, onde até países com zona econômica comum não conseguem, é importante que Rio+20 tenha chegado a esse objetivo comum", afirmou.