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Rio+20: manifestantes do MST entram em conflito com seguranças no Centro

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Integrantes de movimentos de trabalhadores no campo entraram em conflito com policiais militares e seguranças na entrada do Píer Mauá (Zona Portuária), que abriga eventos da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. Os manifestantes, que participavam da Marcha da Agroecologia, protestavam contra a produção de alimentos transgênicos e a utilização de agrotóxicos nas lavouras do país. No momento do tumulto, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) promovia um encontro no estande AgroBrasil que ela mantém em um dos armazéns do Cais do Porto.

A maranhense Divina Lopes, que representa o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, destacou o papel predominante que os alimentos geneticamente modificados e os agrotóxicos ganharam nas plantações brasileiras.

"O Brasil é a nação que mais utiliza produtos químicos nas lavouras, o que é lamentável. Cerca de 70% do material aplicado nas plantações vai para a terra e para as águas", explicou.

Coordenador nacional da Via Campesina, Diego Moreira destacou o fato de o modelo agroeconômico brasileiro enfatizar a exportação da produção. Segundo ele, a agricultura familiar, que ocupa 23% do espaço agricultável nacional e responde por 70% do alimento que vai para as mesas do país, não é incentivada da forma devida.

"Precisamos de outro modelo para o campo, baseado na agricultura camponesa, que produz alimentos saudáveis, de qualidade e sem a utilização desses venenos. Um modelo que gera emprego, renda e dignidade para as pessoas do campo, desafogando os centros urbanos do contingente e da miséria. Queremos que o Estado invista na agricultura camponesa, com subsídios, assistência técnica e investimento tecnológico que viabilize cada vez mais esse tipo de produção".

Ao todo, 60 policiais militares e 37 guardas municipais acompanharam o trajeto da marcha. Durante o tumulto, jornalistas e manifestantes ficaram levemente feridos. Depois que o empurra-empurra teve fim, a passeata seguiu em direção à estação do metrô da Central do Brasil, onde terminou o ato.