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Dilma defende os direitos reprodutivos e sexuais das mulheres

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Ao reunir-se no fórum O Que as Mulheres Querem, evento realizado na Rio+20 e do qual participaram as chefes de estado, de governo e outras líderes femininas, a presidente Dilma Rousseff defendeu os direitos reprodutivos e sexuais das mulheres.

"Aqui, a palavra-chave para todos é acesso, sobretudo das mulheres. No Brasil, estamos investindo para superar dificuldades e precariedades no acesso aos serviços públicos de saúde, com pleno exercício dos direitos sexuais e reprodutivos, inclusive o planejamento familiar, a gestação, o parto e o puerpério, com assistência de qualidade”, expôs Dilma em seu pronunciamento. 

No chamado Rascunho Zero do documento que os chefes de Estado e de governo lançarão na Rio+20, o parágrafo que tratava do assunto foi retirado por conta de fortes pressões exercidas por lideranças religiosas de diversas crenças.

Dilma, ao participar deste fórum feminino nesta quinta-feira (21), não perdeu a oportunidade de exaltar os avanços obtidos por seu governo na ampliação dos benefícios e direitos das mulheres e crianças, que definiu como "as grandes faces da pobreza no mundo". Mas, em tom enfático, ressaltou que o Brasil e todos os demais países do mundo ainda têm muito a caminhar nessas questões.

Ela também criticou a postura intransigente das nações em outros encontros, como a Conferência de Copenhague, em 2009, na qual deveria ter sido estabelecido um documento oficial, mas, como disse a presidente, "infelizmente não foi possível tirar uma linha". O documento da Conferência de Copenhague deveria substituir o Protocolo de Kioto, que trata das questões climáticas. 

Em contrapartida, parabenizou a ex-presidente chilena Michele Bachelet, hoje diretora executiva da ONU Mulheres, pelo documento extraído no encontro feminino da Rio+20. O documento, como ressaltou, foi feito apesar de todas as posições divergentes surgidas no encontro.

"Nós merecemos dar os parabéns a Michele Bachelet, entre todos os países aqui representados. Se nem todas as minhas posições ou a de cada um dos aqui presentes [estão contempladas], é porque, quando se tem posições multilaterais, é preciso respeitar a posição dos outros", alfinetou. 

O respeito às posições diferenciadas, como disse, nem sempre ocorreu. "Estou expressando a importância do multilateralismo como uma forma de relação entre os povos e governos. Até 20 anos atrás, havia a prática do bilateralismo e das posições hegemônicas", concluiu.

Reportagem: Igor Mello