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Cúpula dos Povos se contrapõe a chefes de estado

Representantes se encontrarão com Ban Ki-moon para expor insatisfação

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O encontro entre os representantes da Cúpula dos Povos com o secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, às 9Hs desta sexta-feira, 22,será de muitas críticas ao documento oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.

Na ocasião, os representantes de ONGs e movimentos sociais apresentarão as resoluções oficiais da Cúpula que se chocam com o texto entregue aos chefes de Estados e governos como rascunho zero do documento oficial da Rio+20.

Segundo Marcela Escribano, do Grupo Internacional de Articulação do evento, o documento oficial dos movimentos sociais será elaborado até o final desta quinta-feira, 21, e exibido à população em plenária no Aterro do Flamengo, simultaneamente ao encontro com Ban.

“Durante cinco dias, debatemos diversos assuntos em eventos separados por temas. Falamos sobre a sustentabilidade, o desenvolvimento ambiental, segurança alimentícia, dentre outras coisas. Estamos elaborando um papel com a síntese destes encontros”, explicou.

A antropóloga Iara Pietricovsky, do Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20/Cúpula, participará tanto da reunião para organização da declaração oficial, quanto do encontro com Ban. Ela prevê que o tom da conversa não será “amigável” e o documento final um contraponto “total” ao Rascunho Zero.

Jornal do Brasil conseguiu levantar alguns dos pontos que os movimentos sociais levarão ao encontro com o secretário geral da ONU. São eles:

· Insistir na insatisfação e decepção dos movimentos que compõem a Cúpula dos povos em relação às resoluções “fracas” e “dispersas” do Rascunho Zero

· Criticar as propostas oficiais em relação a “economia verde”, que pretende apenas se utilizar dos recursos naturais para estimular o consumo e o capitalismo.

· Divulgar as resoluções da Cúpula dos Povos para o desenvolvimento sustentável do mundo, que além das questões relacionadas ao meio-ambiente, inclui como “sustentáveis” a promoção da educação, da saúde, a distribuição de renda, reforma agrária e erradicação da pobreza.

· Expor a insatisfação dos movimentos sociais e ONGs à omissão do documento oficial da Rio+20 com referência aos direitos das mulheres. Segundo Iara, a exclusão dos “Direitos Reprodutivos” foi um passo atrás e uma demonstração do poder do Vaticano.

· Reafirmar a responsabilidade dos governos em promover o Desenvolvimento Humano de toda a sua população.

· Criticar os países ricos que se recusam a implementar e financiar projetos de preservação do meio-ambiente e de desenvolvimento sustentável