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Em discurso, Dilma defende a erradicação da pobreza

"Os seres humanos estão no centro do desenvolvimento sustentável", disse a presidente

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No discurso em que abriu oficialmente a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Riocentro (Zona Oeste do Rio), na tarde desta quarta-feira (20), a presidente Dilma Rousseff exaltou o modelo de desenvolvimento brasileiro e frisou em diversos momentos que a erradicação da pobreza é fundamental para o desenvolvimento sustentável no planeta. 

Dilma alertou para a necessidade de que os chefes de Estado e governo precisam "firmar o compromisso com a vida, com as pessoas, que será concretizado com o desenvolvimento sustentável". Ela também cobrou maiores mudanças.

"Estamos reunidos no Rio de Janeiro hoje para dar passos audaciosos. Estamos aqui porque o mundo demanda mudanças. A conferência Rio92 nos deu os princípios sobre os quais temos que atuar. Os seres humanos estão no centro do desenvolvimento sustentável. Fica clara a necessidade de defendermos o princípio da erradicação da pobreza. Há uma grande necessidade de se realizar reformas de homens, mulheres e crianças que ainda vivem na pobreza e exclusão", apontou Rousseff.

Dilma classificou ainda a meta do desenvolvimento sustentável - no cerne das discussões da Conferência Climática - como um grande desafio de todas as nações. 

"Temos a responsabilidade perante a história e perante os nossos povos. Precisamos firmar o compromisso com a vida, com as pessoas, que será concretizado com o desenvolvimento sustentável. Há uma grande necessidade de crescer, incluir e proteger", apontou. "O desafio da sustentabilidade deve ser visto como um desafio de futuro. E o tempo, senhores, é o recurso de maior escassez", disse, dirigindo-se aos demais chefes de estado e governo.

Modelo brasileiro

Dilma, em seu discurso abordou a questão do desenvolvimento econômico brasileiro que não só beneficiou a população mais carente como também trouxe melhorias ambientais. Ressaltou a diminuição do desmatamento na Amazônia e a liderança do Brasil no crescimento das áreas de proteção ambientais pelo mundo. Segundo disse, o país é o responsável pela criação de 75% destas áreas desde 2003. 

"O Brasil tem procurado fazer sua parte. Com democracia, avançamos no nosso modelo de desenvolvimento sustentável. Estamos crescendo. Milhares de brasileiros deixaram a pobreza e a miséria. Criamos 18 milhões de empregos formais. Aumentamos as áreas de proteção ambiental do país. Desde 2003, 75% das áreas de proteção ambiental criadas no mundo são brasileiras. Diminuímos o desmatamento na Amazônia", enumerou a presidente. "É grande a nossa vontade de acordar", completou. 

Rascunho Zero

Depois das duras críticas feitas por ambientalistas e ONGs ao rascunho final do texto de 49 páginas que será entregue ainda nesta quarta-feira (20) aos chefes de estado e governo, a presidente afirmou que ele representa a aproximação de posições diferentes e, por isso, deve ser comemorado.

"É o resultado de grande esforço de conciliação e aproximação de posições para avançarmos concretamente na direção do futuro que queremos. Representa, antes de tudo, uma decisão de não retroceder de nenhuma forma os compromissos que assumimos em 1992. "

Segundo destacou, "o texto aprovado consagra avanços importantes e eu queria aqui destacar alguns: estamos introduzindo o objetivo de erradicação da pobreza como o maior desafio global que o mundo enfrenta". Lembrou que o documento adota "o programa de 10 anos para promoção de padrões sustentáveis" e reconhece "a insuficiência do Produto Interno Bruto para medir o desenvolvimento dos países.