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Secretário da Rio+20: países serão pressionados a cumprir acordos

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O secretário geral da Rio+20, Sha Zukang, afirmou nesta quarta-feira que os países signatários do documento final da conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável sofrerão pressão para cumprirem os acordos. A Rio+20 tem sofrido críticas por não colocar em pauta qualquer obrigação para os membros da ONU seguirem as definições da conferência, que já não irá contar com a presença de diversos líderes como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler alemã Angela Merkel.

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"Estamos negociando um resultado político para a Rio+20. Este resultado vai ser um documento que os países vão assinar depois de entrarem em acordo. Não é um instrumento legal, mas será um instrumento político de acordo, que por causa disso deverá ser seguido pelos países que o assinarem", assegurou Zukang.

Até o momento, 25% do documento final da conferência foi fechado pelos grupos de negociação que trabalham em sua elaboração. Segundo o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, negociador do Brasil, é um patamar razoável a esta altura da Rio+20, que termina no dia 22 de junho. Ele lembra que as negociações em torno do documento da Rio 92 terminaram apenas no último dia de reuniões.

O representante da Coreia do Sul, Kim Sook, mostrou menos paciência que o brasileiro e deixou claro que há três problemas na elaboração do documento: desacordo em algumas questões, dificuldade na linguagem que será empregada e definição de alvos. No entanto, o embaixador exortou o grupo de discussão a chegar logo a um acordo.

"Eu peço para que cheguemos a um acordo com urgência. Precisamos otimizar o uso do nosso tempo. Nós devemos isso para o futuro do nosso planeta", afirmou Sook. Os dois grupos de trabalho responsáveis pela elaboração do documento final da Rio+20 se reuniram ontem pela primeira vez no Brasil e têm reuniões diárias agendadas das 10h às 21h todos os dias até a próxima sexta-feira.

Ao mesmo tempo, a Rio+20 pretende finalizar também um compêndio de ações voluntárias a serem tomadas pelos países e por empresas privadas. O Brasil teria feito pressão para que iniciativas dos governos não fossem incluídas neste documento, mas o próprio secretário-geral da Rio+20 tratou de amainar a discussão. "Eu posso dizer que eu e o embaixador crescemos juntos. Algumas vezes eu tento desafiá-lo, mas não acho que este seja o caso. Estamos de acordo", disse Zukang.

Rio+20 

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.