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Rio+20: sustentabilidade é consenso na 'Torre de Babel'

Gente do mundo todo compareceu na estreia da Conferência

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Pessoas de todo o mundo encheram as dependências do Riocentro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde acontece a Rio+20, Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.  Apesar das diferentes origens, é consenso entre os presentes que o destino do mundo e o nível de qualidade de vida de seus habitantes dependem diretamente das decisões e metas que serão estipuladas no encontro. Fora o engajamento ambiental, alguns participantes comentaram suas impressões sobre a cidade e o convívio nesta "Torre de Babel".

O estudante de literatura da Universidade Nacional de Taiwan, Jheng Shao-Yu, de 19 anos, que integra a delegação do país asiático por ser membro da Taiwan Youth Climate Coalition (Coalisão Climática da Juventude Taiwanesa, em tradução livre), garantiu que o convívio com brasileiros e outros estrangeiros tem sido muito agradável. Pela primeira vez fora de seu país, o jovem ambientalista destacou a oportunidade de participar de discussões que podem melhorar o mundo.

“Foi a primeira vez que andei de avião, e fico muito feliz de tê-lo feito por esta razão”, avaliou o membro de ONG. “Levantar debates sobre o clima e outras questões relativas ao ambiente é importantíssimo. Os encontros com jovens de outras nações têm sido muito proveitosos. Nos enche de esperanças saber que a juventude de todo o mundo esta imbuída na mesma causa: o desenvolvimento sustentável de todo o globo”.

Exemplo da mistura de origens da Rio+20, Ana Davidson, de 27 anos, não soube responder de onde vem. Moradora no Canadá, ela nasceu na Holanda e, filha de pai inglês e mãe suíça, ela foi criada em Londres. Hospedada na casa de amigos na Lagoa Rodrigo de Freitas, a integrante da Children & Youth argumentou que, independentemente da ausência dos chefes de Estado de algumas das maiores potências econômicas mundiais, tudo leva a crer que a Conferência será um sucesso.

“Estou aqui para falar de como as crianças são afetadas pelo crescimento econômico desorientado, que não é baseado em um padrão internacional de sustentabilidade”, alertou. “O meu trabalho é fazer lobby pelo futuro delas, e, se estes pavilhões de eventos estão lotados, é sinal de que eu serei ouvida. E não é a ausência das grandes, e gananciosas, potências que vai enfraquecer este evento”.

Petros Muteyauli, economista representante do Ministério do Meio Ambiente e Turismo da Namíbia, destacou o clima brasileiro. Há três dias no Rio, ele comemorou a diferença de temperatura em relação a Windhoek, capital do país africano, sua cidade natal. De acordo com ele, que veio debater propostas de novas fontes energéticas que podem substituir os combustíveis fósseis, o trânsito carioca é um bom exemplo do impacto dos derivados de petróleo na qualidade do urbano.

“Estou hospedado em Copacabana, de onde saí as 8h30 desta manhã e só cheguei passada meia hora das 11h”, disse ele, que ficou impressionado com a demora. “São milhares de carros, a maioria deles apenas com o motorista, que queimam combustível por tempo desnecessário. Fora os problemas de tráfego, a cidade é muito agradável, clima muito confortável. Ainda mais para mim, que saí de casa com cinco graus negativos”.