O bem político

Por TARCISIO PADILHA JUNIOR

Uma vez que a maioria dos Estados de hoje depende, em graus variáveis, dos fluxos internacionais de comércio e finanças para garantir o crescimento econômico nacional, os limites e as restrições da autonomia e da soberania nacionais tornaram-se mais visíveis, sobretudo nos Estados democráticos.

Os governos nacionais têm sido forçados a adotar estratégias econômicas cada vez mais parecidas, que promovem disciplina financeira, limitação do governo e uma sólida administração econômica. Esta realidade tem implicações profundas para a segurança humana e para a própria ordem internacional. 

As desigualdades globais condicionam as oportunidades de vida dos indivíduos e das coletividades, criam um mundo no qual pobreza, privação e conflito são a realidade cotidiana de diferentes povos. As tentativas multilaterais de abordar as desigualdades globais estão necessariamente fadadas ao fracasso.

O bem político existe quando o Estado considera ou aprecia adequadamente a diversidade das comunidades que os indivíduos podem valorizar e o fato de os indivíduos poderem engajar-se coerentemente em diferentes associações ou coletividades, em níveis diferentes e para fins diferentes.

A globalização dos processos culturais e das comunicações estimula novas imagens de comunidade, novas vias de participação política. A globalização ajuda a criar novos padrões de comunicação e informação em uma densa rede de relações que então ligam determinados grupos e culturas entre si.

O Estado tem de ajudar os cidadãos a irem aonde quiserem, através do fornecimento de recursos sociais, culturais e educacionais. Inseridos num quadro de permanente mudança econômica, os termos de referência da política pública são ditados por mercados competitivos e pela iniciativa empresarial.

* Engenheiro