Diverticulite colônica: entenda melhor a doença

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A diverticulose colônica corresponde à presença de divertículos no intestino grosso, geralmente acompanhada de poucos sintomas, como dor no quadrante inferior esquerdo do abdome, constipação e hábito intestinal irregular.

Esta condição, incomum antes dos 40 anos, eleva-se de forma progressiva com a idade, atingindo 30% aos 60 anos, e 50% aos 80 anos de idade.

O grande problema que acompanha a doença diverticular são suas complicações, como hematoquezia (sangramento via retal) e diverticulite (inflamação do divertículo), ambas situações emergenciais e graves.

A diverticulite corresponde geralmente à perfuração de um único divertículo, o que resulta em infecção intra-abdominal, variando de uma microperfuração (mais comum) com inflamação pericolônica, até macroperfurações com abscesso ou peritonite generalizada.

Clinicamente, observa-se dor aguda no quadrante inferior esquerdo, febre e leucocitose (aumento dos leucócitos no sangue), que traduz inflamação sem infecção.

A confirmação da diverticulite deverá ser feita com a tomografia computadorizada do abdome, e mais raramente, com a cintigrafia com leucócitos marcados (medicina nuclear).

O tratamento repousa em dieta zero ou branda, antibióticos orais ou endovenosos e, nos casos mais graves, pode estar indicada a cirurgia de emergência.

O que é mais significativo é que a formação dos divertículos pode ser prevenida com o uso diário de frutas, legumes e verduras, associado a uma boa hidratação oral.

José Galvao Alves é medico e presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia, e membro titular da Academia Nacional de Medicina