A sexualidade infantil forma o indivíduo adulto
A partir das contribuições de Freud, com a descoberta da sexualidade infantil, foi demonstrado que ela não se instala subitamente na adolescência, mas que é fruto de experiências vivenciadas, surgidas ainda no útero materno. Expectativas e fantasias relacionadas ao bebê, como a curiosidade sobre o sexo do filho e a projeção do seu comportamento na sociedade, já podem influenciar na personalidade futura da criança. A partir do nascimento, a relação de intimidade entre pais e filhos – abraços, carinhos, afagos – e, principalmente, a relação entre a mãe e os rebentos influenciará no comportamento futuro da criança e na maneira como vai lidar com o seu meio social.
São três as fases que contribuem diretamente na formação de um indivíduo:
Fase oral: Denominou-se de oral a fase inicial de desenvolvimento no primeiro ano de vida de uma criança. As sensações orais incluem sede, fome, estimulações táteis, entre outros. Os estados de tensão oral levam à procura da gratificação oral, representada pela tranquilidade no final da alimentação. Ou seja, consiste no desejo de a criança comer (mamar), depois relaxar e, finalmente, dormir. A gratificação ou privação oral em excesso pode resultar em fixações libidinais, que contribuem para traços patológicos como o otimismo, o narcisismo e o hábito de reclamar. A inveja e o ciúme também estão associados aos traços orais. O êxito, na resolução da fase oral, proporciona uma base na estrutura do caráter para a capacidade de dar e receber sem excessiva dependência ou inveja. Uma capacidade de confiar nos outros com sentimento de segurança.
Fase anal: Este período estende-se, aproximadamente, entre um e três anos de idade. É o estágio da maturação do controle neuromuscular sobre o esfíncter. Nada mais é a fase em que a criança começa a controlar a retenção ou expulsão das feses e da urina que podem representar vergonha, culpa ou humilhação dependendo da formar como os pais tratarem a situação. O período anal é um período de esforços por independência, separação e tentativa de controle dos pais. Medo, vergonha, teimosia, voluntariedade, ambivalência e tendências sadomasoquistas são desenvolvidas nessa fase.
Fase fálica: É o ápice do desenvolvimento sexual infantil, período em que o relacionamento “pais e filhos” alcança uma importância muito grande no comportamento do futuro indivíduo. A fase dura dos 4 aos 7 anos e é então que a criança ingressa na fase edípica, ou seja, no desejo de realizar fantasias sexuais com o pai e a mãe (Complexo de Édipo). É o momento em que a curiosidade sexual aparece e as perguntas sobre o porquê de eu ter um pênis e minha mãe não ter ou vice-versa. Muitas vezes essas diferenças provocam uma angústia na criança que só encontra alívio depois de uma explicação por parte dos pais, caso contrário, obrigará a criança a desenvolver as mais estapafúrdias teorias sobre o assunto que com certeza trarão consequências para o futuro deste indivíduo. A fase fálica proporciona os fundamentos para a formação de um senso de identidade sexual, de iniciativa sem culpa, de um sentimento de domínio não apenas sobre pessoas ou objetos do ambiente mas sobre os processos e impulsos internos de uma pessoa.
Luiz Fernando Garcia, administrador de empresas, é o criador da metodologia de Psicodinâmica em Negócios
