Guarda Municipal tenta retirar manifestantes do Campo de Golfe Olímpico
A ação foi na madrugada desta quinta-feira. Cartazes e objetos dos ativistas foram levados
O movimento “Ocupa Golfe” e os ativistas do “Golfe Pra Quem?” foram surpreendidos, na madrugada desta quinta-feira, pela ação da tropa de choque da Guarda Municipal. Segundo a página do movimento “Golfe Pra Quem?”, os guardas municipais arrancaram e rasgaram as faixas, recolheram os objetos dos ativistas e chegaram a ameaçá-los, caso retornassem ao local.
Os manifestantes do “Ocupa Golfe” e do “Golfe Pra Quem?” estão desde o dia 5 de dezembro em frente à construção do Campo de Golfe Olímpico, na Avenida das Américas na Barra da Tijuca. O objetivo é chamar a atenção para as irregularidades que envolvem a concepção e a construção do Campo de Golfe Olímpico.
Segundo Jean Novaes, advogado e integrante do movimento “Golfe Pra Quem?”, a Guarda Municipal efetuou a ação sem nenhuma justificativa. Jean conta que chegou ao local com o intuito de prestar ajuda na mediação entre a ação dos guardas e o pedido dos manifestantes.“Perguntei ao chefe da operação o por quê de se agir às 3h da manhã e não num horário mais adequado. Por que esperar até a madrugada? Fizeram a apreensão das faixas e dos cartazes e o chefe da equipe disse apenas que era ordem direta do prefeito e que nós que fossemos procurar satisfações na prefeitura”.
Ainda segundo Jean, não é a primeira visita que eles recebem, como mostram as postagens nas páginas dos movimentos “Ocupa Golfe” e “Golfe Pra Quem?”. Como conta o advogado, os guardas chegam ao local sempre com novas reclamações sobre a ocupação e os manifestantes sempre procuraram se adequar. Antes com algumas barracas instaladas, para guardar comida e água, os ativistas passaram a usar guarda-sóis para se proteger do sol forte, e que também acabaram sendo retirados pela guarda municipal durante a ação na madrugada.
O advogado explica que o código de postura, argumento utilizado pelos guardas municipais, fala de quem utiliza o espaço público de forma indevida, obstruindo o caminho. No entanto, segundo Jean, o código não abrange de forma alguma as características da ocupação. “O código não trata da ocupação do espaço publico para fins políticos. Quem trata disso é a Constituição brasileira. As pessoas que participam da manifestação estão num estado de permanência no local com uma finalidade anunciada, é uma finalidade política”, explica.
Apesar da ação da Guarda Municipal nessa madrugada, o grupo permanece no local e não parece querer desistir da ocupação. Segundo Jean, a adesão da população ao movimento tem aumentado, principalmente, com as divulgações e informações constantes nas páginas dos grupos no Facebook. Além disso, Rio 2016: campo de golfe vira assunto tabu em evento do COI
