Moradores protestam contra linha do bondinho no Leme

Por Augusto Mello

Moradores do bairro do Leme, na Zona Sul do Rio de Janeiro, fizeram mais um protesto na manhã deste domingo (14) contra o projeto de instalação de uma nova estação do teleférico no Morro do Leme. A concessionária Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar pretende construir a nova estação em uma área de proteção ambiental que pertence ao Exército e onde funciona o Forte Duque de Caxias. 

Uma barraca foi montada para reunir assinaturas contra a nova estação. Lá eram vendidas camisetas a R$ 5, para arrecadar verba para fabricar banners e instalá-los nos prédios do Leme. Patrícia Rocha, líder do movimento ‘Salvem o Leme’, falou com o JB sobre o risco que o bairro corre, já que enfrenta dificuldades de mobilidade. Ela rebate o argumento de que o projeto visa atender mais turistas, citando cidades como Paris e Roma.

“A Torre Eiffel não atende todo o público, nem o museu do Louvre, nem o Coliseu. Então o que deve ser feito aqui no Rio é criar condições melhores para o público, fazer vendas antecipadas, por exemplo”, disse. “Tem gente de fora do Rio e até de fora do Brasil que é contra essa nova linha do teleférico. Pessoas que fizeram esse caminho e se encantaram. A sociedade diz não. A Unesco diz não.”

O engenheiro Pedro Paulo da Poian, de 76 anos, que mora no bairro desde os anos 1950, também cita a trilha: “Já existe esse caminho que vai da escola do exército até lá em cima, no Forte Duque de Caxias. A caminhada é linda, bem cuidada, bem sinalizada. A gente está querendo sensibilizar o Exército para que ele se posicione contra”, declarou.

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A assessoria de imprensa da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, empresa que administra o teleférico, informou ao Jornal do Brasil que não haverá estação no Leme e nem venda de bilhetes no Forte. Se os turistas subirem pela trilha, não será possível comprar bilhetes para o teleférico. A empresa também esclarece que “a nova linha se limita a fazer a ligação entre o Morro da Urca e o Morro do Leme (Forte Duque de Caxias) não havendo descida por teleférico  para o Bairro do Leme e nem venda de tickets no Forte”.