Mesmo com doadores, falta de médicos impede transplante de rim de crianças

DPU quer responsabilizar Ministério da Saúde em caso de mortes de pacientes

Por Maria Luisa de Melo

Foi-se o tempo em que a maior dificuldade para um doente renal crônico era conseguir um doador compatível, capaz de dar-lhe um órgão e uma vida livre das cansativas e doloridas sessões de diálise. Diante da falta de médicos no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), que não realiza mais transplantes, pelo menos 900 pessoas aguardam na fila para receber um novo órgão. 

Com a inauguração do Centro estadual de Transplantes na semana passada, o problema estaria resolvido se a unidade de saúde transplantasse adultos e crianças - o que não acontece. A unidade estadual, que recebeu R$ 3 milhões de investimentos do Sistema Único de Saúde, opera apenas adultos. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde.

Mãe de Marcos Paulo Barbosa Pinto Junior, de 5 anos, Samira Tavares tem medo do filho morrer antes de conseguir um médico para a realização do transplante. Marquinhos, como o menino é carinhosamente conhecido, já conseguiu um doador - seu próprio pai. O HFB, no entanto, não tem previsão para a cirurgia, já que pelo menos 16 médicos deixaram a unidade federal para

Centro Estadual de Transplantes

De quinta-feira (21), data de sua inauguração, até hoje, o Centro Estadual de Transplantes (CET) realizou seis cirurgias - quatro de rim e duas de fígado. A expectativa da equipe é conseguir realizar de 200 a 300 transplantes. O Hospital Estadual da Criança, que fará exclusivamente transplantes em crianças, será inaugurado em março e ficará em Vila Valqueire, informou a assessoria da unidade.