Secretaria de Defesa do Consumidor constata problemas nas barcas

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Na primeira fiscalização realizada pela recém-criada Secretaria Estadual de Promoção e Defesa do Consumidor, em parceria com o Procon-RJ, o objetivo foi verificar o atendimento prestado pela Barcas S.A. aos passageiros do sistema. Encabeçada pela secretária Cidinha Campos, a operação constatou diversos tipos de problemas nos serviços oferecidos aos usuários, motivo pelo qual a CCR (empresa responsável) será notificada e, segundo o diretor-presidente do Procon, Rodrigo Roco, poderá ser multada em R$ 1 milhão.

Cidinha e sua equipe embarcaram às 6h na Praça XV com destino a Niterói, detectando falhas nas estações e na barca vistoriada, a Urca III (com capacidade para 1.300 pessoas e fabricada em 2007): dos quatro banheiros da embarcação, três estavam entupidos e sem condições de uso; os coletes salva-vidas não tinham prazo de validade e eram em quantidade insuficiente; e o aviso de como colocar os coletes em caso de emergência é quase ilegível. 

Na estação da Praça XV, os ventiladores se encontravam desligados – só foram acionados após a chegada da fiscalização, e alguns deles não possuíam umedecedor; a sensação de calor era grande.

O mais grave, contudo, foi encontrado na Estação Arariboia, em Niterói. Além de os ventiladores também estarem desligados, a vistoria constatou que as máquinas que validam (e revalidam) o Rio Card e o Bilhete Único estavam desligadas – de acordo com a CCR, somente começam a funcionar às 7h. Com isso, diversos usuários são obrigados a pagar a passagem cheia (R$ 4,50) em vez dos R$ 3,10 dos cartões magnéticos. Havia apenas três guichês funcionando e o sistema da roleta se encontrava fora do ar.

“Nós sabemos que o serviço vai melhorar, de fato, com a chegada de novas embarcações. Por isso, o governo do estado está comprando sete barcas, com capacidade para duas mil pessoas cada uma, e dois catamarãs, de 500 lugares cada. Mas a solução para esses problemas que encontramos aqui independe da chegada do reforço na frota. Verificamos que é possível melhorar o atendimento com ações simples como desentupir e limpar os banheiros das embarcações, ligar os ventiladores das estações para o passageiro não morrer de calor, ligar a máquina que valida os cartões no primeiro horário de funcionamento, aumentar o número de guichês em atendimento, em especial na hora do rush. Enfim, ter respeito pelo usuário das barcas. E é isso que vai ser cobrado da empresa que administra o sistema”, disse Cidinha Campos, que quis saber do comandante da Urca III, Vicente Bercala, o por quê dos problemas dos banheiros e dos coletes salva-vidas.

A fiscalização não se ateve às barcas. As lanchonetes da Estação Arariboia também foram vistoriadas. E numa delas, o Café Hidroviário, a equipe encontrou venda ilegal de bebida alcoólica, que, ainda por cima, estava fora da validade. As garrafas de ice foram confiscadas e o dono do estabelecimento, notificado. “Fizemos o levantamento de todos esses problemas nos serviços prestados nas barcas e vamos acionar os responsáveis para que sejam responsabilizados”, afirmou o presidente do Procon-RJ.