Mais procurado do Rio, chefe do tráfico do Alemão é executado

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Felipe Sáles, Jornal do Brasil

RIO - O bandido mais procurado pela polícia do Rio pode ter sido morto na madrugada desta terça-feira junto de seus dois irmãos e outros três bandidos. Antônio Ferreira de Souza, o Tota, 32, o Tota, chefe do tráfico de drogas do Complexo do Alemão, teria tentado dar um golpe de Estado no Comando Vermelho, que domina a região. Cerca de 80 policiais de diversos batalhões entre o Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram nesta terça ao morro em busca dos restos mortais dos bandidos, mas até o fechamento desta edição nada havia sido encontrado.

Nesta terça, o Disque-Denúncia registrou 12 ligações contendo informações sobre a morte de Tota. Segundo a polícia, o chefe do morro estaria recrutando bandidos para debandarem para a quadrilha Amigos dos Amigos (ADA), mas um deles teria comunicado o fato aos comparsas do CV.

Ordem de Catanduvas

A sentença de morte teria partido de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, preso no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O bandido conhecido como Luciano Martiniano, o Pezão, executou o plano junto de Fabiano Atanázio, o FB, e de Alexander de Jesus Carlos, o Choque, ambos articuladores da quadrilha na Vila Cruzeiro.

Tota foi decapitado e seus restos mortais incinerados no alto do Morro do Adeus, no Largo do Bolufa, próximo à Favela da Grota. Cerca de 80 policiais militares chegaram nesta terça-feira por volta das 17h para checar a informação, depois de uma reunião sigilosa entre Beltrame, Rivaldo Barbosa, subsecretário de Inteligência, Alan Turnowisk, chefe das delegacias especializadas, Rodrigo Oliveira, da Coordenadoria de Recursos Especiais, e coronel Antônio Carlos Soares David, chefe do Estado Maior da PM. O tráfico decretou toque de recolher e, à noite, o caveirão recém-adquirido quebrou com uma granada.

Entre os bandidos mortos com Tota estariam Jansen Soares, Jota ou Paraíba, Ronaldo de Souza Ferreira, o Jiló ou Piu que seria irmão do chefe e outros dois identificados como Cristiano e Torrada. Em maio do ano passado, o Disque-Denúncia aumentou a recompensa por informações que levassem a Tota de R$ 2 mil para R$ 10 mil. Desde 2002 foram 422 denúncias sobre ele. Tota foi chefe de 12 favelas de Niterói e, em 2005, começou a se articular com grandes morros da capital, como Mangueira e Jacarezinho. O bandido foi o responsável por transformar o Alemão no quartel-general do Comando Vermelho.