Cesar Maia dispara sua metralhadora giratória

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Marcelo Migliaccio, Jornal do Brasil

RIO - Principal vidraça na atual campanha eleitoral, o prefeito Cesar Maia decidiu romper o silêncio e sair da defensiva. Confrontado pela reportagem do Jornal do Brasil com as dez principais críticas que vêm sendo feitas à sua administração pelos candidatos a sucedê-lo, Maia respondeu, por e-mail, a cada uma delas. Sobrou para Jandira Feghali (PCdoB) e Eduardo Paes (PMDB).

Devem ter estado fora. Jandira ficou um ano e meio em Niterói como secretária respondeu o prefeito à acusação de que teria se cansado do cargo que ocupa e abandonado a cidade à própria sorte.

A citação a Paes surgiu na resposta à crítica de que o prefeito teria recorrido ao termo autodefesa comunitária para justificar a criação de milícias nas favelas cariocas como forma de expulsar os traficantes de drogas.

Fui eu que informei à imprensa, em 2005, que as milícias cresciam. Quem defendeu a polícia mineira, versão hard das milícias, foi o Dudu (Eduardo Paes), candidato do Cabral, e o vídeo está no YouTube.

Maia, que na semana passada já havia chamado Marcelo Crivella (PRB) de bispo de xadrez, que só se move na vertical e por isso diz besteiras , fez questão de responder a todos os ataques recorrentes que tem recebido.

Aos que contestam a Cidade da Música, uma das prioridades de sua atual gestão, e reclamam que os cerca de R$ 480 milhões empenhados poderiam pagar a parte do município na extensão do metrô até a Barra da Tijuca, Maia dá suas justificativas:

A verba da Cidade da Música vem do cancelamento do gasto em publicidade com os meios de comunicação. No planejamento de 2004 a 2008, esta foi a decisão. O metrô à Barra custaria quatro vezes isso. Não contratamos mais agências e construímos o mais importante equipamento de música do mundo.

Outro flanco muito atacado pelos candidatos a prefeito é a área da saúde. Reclama-se de que os hospitais municipais não se integraram com as redes estadual e federal de saúde.

A rede estadual não conseguiu gerar uma integração metropolitana e está caindo aos pedaços. A federal, foi o ministro quem disse, semana passada, que não funciona. E a máfia dos transplantes é da rede federal. Só a nossa funciona.

Sobre a epidemia de dengue, o prefeito nega falta de prevenção. O ano de 2007 foi o ano do Pan sem dengue com o Ministério da Saúde no Rio. Nunca se preveniu tanto.

Maia também respondeu às críticas ao fato de a Guarda Municipal só trabalhar até as 18h e de que a cidade tem uma indústria de multas para arrecadar, em vez de educar.

A Guarda é desarmada e não pode trabalhar à noite. Quanto aos pardais, o que há é redução de mortes e acidentes.

A reclamação de que a iluminação pública deficiente está contribuindo para a criminalidade também foi rechaçada: Estamos com 2% dos 400 mil pontos de luz em manutenção circular. É o padrão internacional.

Outro lado

Jandira Feghali disse que tem 22 anos de vida pública e passou apenas 16 meses na secretaria de Saúde de Niterói. Tenho orgulho do trabalho lá e acumulei experiência administrativa para gerir o Rio, o que farei para o povo, ao contrário dele.

Eduardo Paes disse que o link recomendado pelo prefeito www.youtube.com/watch?v=DXY7DRa2PXA mostra parte de uma entrevista que deu à Rede Globo. Nela, o candidato peemedebista diz que a milícia trouxe tranqülidade a algumas comunidades.

Eduardo Paes afirma que a sua declaração foi retirada de contexto pelo prefeito:

Eu disse que se PMs e bombeiros organizados como milícia conseguem expulsar traficantes, o Estado pode recuperar sua soberania nessas áreas usando os policiais fardados e fazendo operações legalizadas com inteligência.