Do que o carioca sente mais saudade durante a quarentena?

Em pesquisa da ESPM Rio, moradores da cidade dizem sentir falta especialmente do chope gelado, do barulho das ondas e do abraço de amigos e parentes

Por REDAÇÃO JB

PRAIA DO ARPOADOR VISTA DO LEBLON - FOTO DE FELIPE VARANDA

Ao ficarmos isolados socialmente, deixamos de receber diversos estímulos sensoriais responsáveis por muitas de nossas lembranças. Num estado de confinamento prolongado, de quais estímulos, odores, cores, sabores, sons e texturas sentiremos mais falta? As respostas dos cariocas estão numa recente pesquisa quantitativa online, realizada pela ESPM Rio, escola de negócios referência nas áreas da Economia Criativa. O estudo foi realizado entre os dias 12 e 21 de abril, pelas doutoras e pesquisadoras do cRio ESPM, Think Tank relacionado a temas do Rio, Ana Erthal e Karine Karam. Foram contabilizadas 403 respostas, 66,7% atribuídas a mulheres e 33,3 % a homens, de 15 a 65 anos de idade.

Os dados da pesquisa demonstram que o carioca gosta da cidade e sente falta do cotidiano e do ambiente urbano durante o confinamento - 80% dos pesquisados concordam totalmente ou parcialmente com a frase "Eu amo morar, viver, trabalhar no Rio".

Sobre as lembranças sensoriais, a pesquisa indica que 62% dos cariocas dizem sentir falta de olhar o verde da natureza. Para 45% deles, é difícil não ver o movimento alegre dos bares e 39% apontaram sentir saudade de ver o vai e vem das pessoas.

Em relação ao som, o barulho das ondas do mar faz falta para 34% dos cariocas e 27% do grito de gol aos domingos.

As bebidas ganham destaque entre os sabores da cidade. Deixar de tomar aquele chope gelado é sentido com pesar para 46% dos cariocas, 44% sentem falta do vinho com os amigos, 43% do café na padaria e 32% da água de coco na praia. Empatados em 31% estão o sorvete na rua e o mate na praia. O pastel na feira também deixa saudades para 29%.

O distanciamento físico é outro aspecto abordado pelas pesquisadoras. A maioria dos entrevistados, 84%, disse sentir a falta do abraço dos amigos e parentes, 69% do afago das mãos de pais e avós.

A falta do aroma do pão da padaria é sentida por 52% dos cariocas, do cheiro da chuva para 42%, do aroma da pipoca de cinema para 41% e 38% sentem falta do cheiro da maresia.

E do que o carioca não sentirá falta, caso a quarentena se estenda? Do barulho de buzinas e motores de carros, das aglomerações no transporte público e o cheiro dos escapamentos.

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