Crivella inaugura o maior túnel de drenagem urbana do país

Obra de desvio do Rio Joana é parte do programa de controle de enchentes em que a Prefeitura investiu, desde 2017, R$ 1,296 bilhão em ações de prevenção de riscos

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O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, inaugurou nesta quinta-feira, dia 25/4, a obra de desvio de parte do curso do Rio Joana, importante etapa do programa de controle de enchentes da Grande Tijuca, que já conta com os reservatórios (piscinões) nas praças da Bandeira, Varnhagen e Niterói. Iniciada em 2012 e com uma extensão de 3.412 metros, sendo 2.400 metros de túnel (o maior túnel de drenagem urbana do Brasil) e 1.012 metros de galeria, a obra permite que parte das águas do Joana seja despejada diretamente na Baía de Guanabara, evitando tanto a sobrecarga na Bacia do Canal do Mangue quanto as enchentes na região da Praça da Bandeira . A Prefeitura investiu, na atual administração, R$ 1,296 bilhão em ações de prevenção de riscos e de combate às enchentes na cidade, o que representa um percentual médio de 7,9% da receita disponível, descontados os gastos obrigatórios. 

- Esse túnel que vai levar as águas do Rio Joana para a Baía de Guanabara passa aqui debaixo do Maracanã, do Morro da Mangueira, da Avenida Brasil e do Metrô. Uma obra de engenharia extraordinária. Esse túnel deveria se chamar Fake News, porque diziam que no nosso governo não tínhamos aplicado recursos nos programas de combate às enchentes e de prevenção. Aqui tem meio bilhão de reais! Como é que, então, você não investiu em prevenção e combate às enchentes? indagou o prefeito, que em seguida completou: 

- Essa obra é muito importante para quem mora no Andaraí, no Méier, na Tijuca e no Grajaú. Os bairros próximos à Floresta da Tijuca sempre sofriam muito com as enchentes. Impermeabilizaram muitas áreas com ruas, calçadas e prédios. A água não tinha como penetrar no subsolo e acabava correndo na superfície, causando grandes problemas. Agora, com os reservatórios que foram feitos e com o túnel do Rio Joana, estamos dando uma solução extraordinária para essa área. 

Na altura do Estádio do Maracanã, a Prefeitura construiu um limitador de vazão, que permite a passagem de até 7 metros cúbicos de água por segundo no curso normal do Rio Joana. Em dias de chuva forte, o volume de água que exceder ao limite previsto seguirá pelo desvio - o túnel tem capacidade de escoar até 100 metros cúbicos por segundo - até desembocar diretamente na Baía de Guanabara. 

Nesta gestão, ao longo dos últimos anos, foi executada a fase mais crítica de escavação do túnel do Rio Joana, que bateu o marco de vazar um dos túneis sob a linha férrea do metrô, no trecho próximo ao Maracanã. Essa etapa da obra foi considerada a mais difícil, com frentes sob a linha férrea e no deságue na Baía de Guanabara, com o acréscimo do desafio de trabalhar com a influência das marés. 

Foram executados 80 metros de túnel sob a Mangueira e o deságue do desvio na Baía de Guanabara, na Zona Portuária. Assim, parte das águas do rio, que seguia para o Canal do Mangue, irá diretamente para a Baía, contribuindo para evitar o transbordamento de rios como Maracanã, Trapicheiros, Comprido e do próprio Joana, que atravessam a região da Grande Tijuca.  

PISCINÕES DA TIJUCA 

O sistema de drenagem criado pelo Programa de Controle de Enchentes conta ainda com a operação de cinco reservatórios profundos de amortecimento de água de chuva, que retardam o escoamento das águas. Os conhecidos “piscinões” ficam nas praças da Bandeira (um de 18 milhões de litros); Niterói (três que reservam juntos 58 milhões de litros) e na Varnhagen (um de 43 milhões de litros). 

O primeiro deles, na Praça da Bandeira, saiu do papel em 2013, minimizando os transtornos num dos eixos viários mais importantes da cidade, que liga o Centro à Zona Norte. Os outros três reservatórios, construídos lado a lado no subsolo da Praça Niterói, foram inaugurados em outubro de 2015. Já em junho de 2016, o quinto reservatório foi entregue, na Praça Varnhagen, o que complementou o sistema. 

A Fundação Rio-Águas é responsável pela operação dos cinco equipamentos, que juntos têm a capacidade de armazenar 119 milhões de litros de água de chuva. Sobre eles, as praças foram devolvidas totalmente revitalizadas, mantendo na região áreas de lazer apreciadas pelos cariocas. 

A construção dos reservatórios foi a solução técnica encontrada pela Prefeitura para receber a água das chuvas, servindo para amortecer os grandes volumes em momentos de pico, principalmente no período mais chuvoso, durante o verão. A água é armazenada e liberada de forma controlada, evitando enchentes. 

INVESTIMENTO BILIONÁRIO NO CONTROLE DE ENCHENTES 

A obra de desvio do Rio Joana integra o Programa de Combate às Enchentes da Grande Tijuca, com orçamento total de R$ 460 milhões (valor referente ao investimento da Prefeitura do Rio e do Governo Federal e que inclui a construção dos cinco reservatórios e o desvio de parte das águas do Rio Joana). O programa, uma ação ambiental que está reduzindo os riscos das históricas inundações na região, é reivindicação de décadas dos moradores da Tijuca e dos bairros adjacentes, e faz parte de um investimento maior da Prefeitura. Entre 2017 e março de 2019, a atual administração investiu R$ 1,296 bilhão em ações de prevenção de riscos e de combate às enchentes na cidade, o que representa um percentual médio de 7,9% da receita disponível, descontados os gastos obrigatórios. Na gestão anterior, estes gastos médios corresponderam a 6%, uma diferença de 1,9 ponto percentual a menos. 

Os dados estão demonstrados em estudo realizado pela Controladoria-Geral do Município, que analisou os programas e ações de prevenção de riscos provenientes da ocorrência de chuvas e à prevenção dos efeitos das enchentes na cidade, de 2013 a 2019.Com estes recursos, a Prefeitura realizou ações de proteção de encostas e áreas de risco geotécnico, controle de enchentes, melhoria da qualidade da água dos rios, das baías e do sistema lagunar, drenagens, desassoreamentos, canalizações, dragagens e redução de lançamentos de rejeitos, manutenção e recuperação dos sistemas de drenagem, melhoria da capacidade de escoamento das águas pluviais, expansão do saneamento, limpeza e remoção de resíduos sólidos de encostas e logradouros e prevenção de desastres pela Defesa Civil. 

CENÁRIO DESFAVORÁVEL 

Todo o esforço de priorizar a aplicação de recursos em ações de prevenção de riscos decorrentes de chuvas e enchentes foi realizado no governo Crivella, apesar do cenário desfavorável encontrado pela Prefeitura no início de 2017. A capacidade de gasto da administração municipal caiu 26% em 2017, com relação a 2016, uma diferença de R$ 1,577 bilhão. Comparada a 2013, esta queda é de 48% (diferença de R$ 4,062 bilhões). O aumento da Dívida Pública (juros e amortização) teve incremento de 72% no período de 2017 a 2018, correspondendo a R$ 643 milhões a mais. Esse aumento é predominantemente resultante de operações de crédito realizadas nos exercícios anteriores, cujas datas de vencimento das amortizações começaram a vencer em 2017. 

Além das despesas decorrentes da preparação da cidade para os Jogos Olímpicos que ficaram para a atual administração, novas despesas de pessoal, motivadas por aumento salarial e novas contratações decididas na gestão passada, além do próprio crescimento vegetativo da folha de pagamento da Prefeitura, resultaram num impacto de R$ 400 milhões por ano (5% a mais na média). Por outro lado, a arrecadação caiu 12% com relação ao governo anterior, correspondentes a R$ 1,8 bilhão a menos nos cofres da Prefeitura a cada ano. A Prefeitura pagou, em 2017, R$ 1,2 bilhão de dívidas e, em 2018, R$ 1,5 bilhão. Em 2019, as dívidas totalizarão R$ 1,8 bilhão e em 2020 R$ 1,8 bilhão, num total de mais de R$ 6 bilhões dentro da gestão. Ainda assim, a gestão Crivella vem investindo mais em educação e saúde, o que demonstra que o atual governo prioriza as demandas mais sensíveis à população. Em educação, são 28% aplicados na média (contra 26% da gestão passada) e na saúde 24,41% (contra 21,66), quando a obrigatoriedade constitucional é de 25% e 15%, respectivamente.