Médicos descartam a necessidade de cirurgias emergenciais na paisagista Elaine Caparroz, que sofreu 4 horas de agressões
Os médicos do Hospital Casa de Portugal, no Rio de Janeiro, descartaram ontem a necessidade de cirurgias emergenciais na paisagista e empresária Elaine Perez Caparroz, de 55 anos, agredida por mais de quatro horas na madrugada do último sábado em seu apartamento, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Ontem Elaine gravou um vídeo para dizer que se recupera das lesões: "Logo, logo, eu estou numa boa", garantiu. O vídeo foi compartilhado por um familiar que a acompanhava no hospital. "Ela nasceu de novo", afirmou o autor do vídeo, que agradeceu o apoio e orações das pessoas que acompanham a repercussão do caso.
Segundo o último boletim divulgado pela equipe médica, Elaine já deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e está internada em um apartamento.
Ela apresenta "boa evolução clínica e laboratorial e, após novas reavaliações pela nossa equipe médica, a paciente não necessita de intervenções cirúrgicas no momento", disseram os médicos, acrescentando que a paciente "encontra-se estável e segue em observação".
Apesar de a realização de cirurgias emergenciais estar descartada de imediato, a vítima deverá passar por cirurgias reparadoras em consequência da violência das agressões. Ela sofreu fratura do nariz, em ossos próximos aos olhos e ainda levou 40 pontos na boca.
Segundo Rogério Caparroz, irmão de Elaine, ela ficou abalada ao ver seu rosto desfigurado, embora a família tivesse tentado impedir que ela se visse no espelho. "Quando ela se olhou no espelho ela ficou abalada e começou a ter noção da gravidade do que tinha acontecido", relatou. "Ela ainda está com as ideias um pouco desconexas, às vezes revive algumas situações e fica muito impactada. De repente ela volta e fala que vai superar aquilo", completou.
A polícia investiga se houve premeditação nas agressões, porque o agressor forneceu um nome falso ao se apresentar na portaria do prédio da vítima. O caso foi registrado na 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca) como tentativa de feminicídio.
Um dos seguranças já ouvidos pela polícia disse, em depoimento, que chegou a bater na porta várias vezes e que o acusado teria gritado de dentro do apartamento para que ele arrebentasse a porta se quisesse entrar.
O juiz Alex Quaresma Ravache, em audiência de custódia realizada na segunda-feira, converteu a prisão em flagrante do agressor em preventiva, o que significa que ele vai continuar preso. O magistrado também determinou que ele seja encaminhado para avaliação médica psiquiátrica.
A Polícia Civil levantou que o acusado tem registro de agressão contra o próprio irmão, que é deficiente físico, e também contra o próprio pai, em fevereiro de 2016.
O motivo da agressão, segundo informações levantadas pela polícia, teria sido o desaparecimento de R$ 1,2 mil, dinheiro que teria sumido da residência da família. Vinícius acusou o irmão. Estudante de Direito, Vinicius Batista Serra mora no Leme, bairro da zona sul do Rio. Ele é faixa roxa de jiu-jitsu.
Impedido de exercer advocacia
Preso em flagrante pelas agressões, o estagiário em direito Vinícius Batista Serra, de 27 anos, pode ter negado seu pedido de registro junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Com isso, ficaria impedido de exercer a profissão. Conforme a entidade, a idoneidade moral é um pré-requisito indispensável para o exercício da advocacia.
Na manhã de ontem, o vereador Carlos Bolsonoro. filho do presidente, aproveitou para usar as redes sociais para comentar o espancamento da paisagista. Para ele, o destino de Elaine Caparroz poderia ter sido diferente se ela tivesse uma arma em casa para se proteger. Contudo, ele parece não ter cogitado qual seria o desfecho dessa história se Vinícius tivesse assumido o comando da arma. (Com Agência Brasil)
