Canecão, outra pedra no sapato da UFRJ

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Fachada do Canecão desfigurada: UFRJ diz que investiu R$ 500 mil na recuperação do telhado e na manutenção predial. Um edital está em processo para nova concessão

A falta de manutenção adequada não é privilégio do Museu Nacional entre os equipamentos administrados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Após oito anos fechado, o Canecão, considerado o templo da MPB, vive a expectativa da abertura de um edital para concessão do espaço de 36 mil² em Botafogo, na Zona Sul. O modelo de uso para seu funcionamento como casa de entretenimento, porém, ainda está em discussão na prefeitura e na Câmara dos Vereadores.


Em 2009, os proprietários do Canecão tiveram que devolver à UFRJ parte do terreno que a casa de shows ocupava, no mesmo ano em que perderam o patrocínio da Petrobras, e acabaram saindo de cena em 2010. Em maio de 2017 o Canecão chegou a ser reaberto por meio de uma liminar, cinco meses depois fechava suas portas definitivamente.


Em 2013, a UFRJ foi autorizada pela justiça a usar plenamente o prédio, já que até então ela era obrigada a fazer a guarda de bens deixados no local pelo proprietário da marca Canecão.


Apesar da aparência deplorável do imóvel, a UFRJ diz ter investido R$ 500 mil na recuperação do telhado e feito a manutenção predial. Outro investimento é a preservação da obra “A Última Ceia”, do cartunista Ziraldo, pintada em uma das paredes do prédio, em 1967. Com 32m por 6m, trata-se de um dos maiores painéis do Brasil, que passou anos escondido atrás de tapumes. “Essa preservação é acompanhada pela Escola de Belas Artes e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo”, informou ao JB a assessoria de imprensa da UFRJ, em maio, sem detalhar custos.


Ontem, a reportagem do jornal tentou novo contato com a assessoria para saber do andamento do edital, mas não obteve retorno.