CCBB recebe o projeto Fachada, que possui conceitos de vanguarda
O CCBB recebe, nos dias 29 e 30 de dezembro, o projeto Fachada, que conjuga videomapping com conceitos artísticos de vanguarda. Para a realização do evento foram convidados o VJ Spetto, considerado o melhor do mundo nesta arte e o cantor e poeta Arnaldo Antunes, que com projeções em 3D conjugadas com música e poesia, irão homenagear o poeta Augusto de Campos, que completou 80 anos este ano. Reforçam o time o DJ Nepal e o produtor musical Fiskal que assinam a trilha sonora.
Videomapping (ou mapeamento de vídeo) é a técnica que permite utilizar qualquer arquitetura como uma grande tela para projeção de imagens 3D, se encaixando perfeitamente em cada aresta, em cada janela, degrau ou onde mais o artista quiser mapear. A partir da utilização de um software que processa e mapeia os elementos tridimensionais das construções, como colunas, portas, janelas etc, as imagens mapeadas são combinadas com outras imagens pré-gravadas e projetadas, resultando em obras visuais gigantescas.
O diferencial do Fachada projeções é a nova forma de apresentação do 3D mapping. Normalmente as apresentações se baseiam na própria experimentação high-tech, que é em si o que há de mais avançado em tecnologia no campo das artes visuais. Neste projeto o tema será a poesia concreta que foi, por sua vez, a experiência poética e visual mais avançada nos anos 60 e 70.
Fachada
Projeções de videomapping realizadas pelo VJ Spetto, poesia de Augusto de Campos, participação (ao vivo) de Arnaldo Antunes, trilha sonora comandada pelo produtor musical Fiskal e DJ Nepal. Tema: Poesia concreta de Augusto de Campos
Programação:
29 de dezembro | 20h às 23hProjeção 3D na fachada do CCBB
30 de dezembro
19h - Arnaldo Antunes declama Augusto de Campos
20h às 23h - Projeção 3D na fachada do CCBB
CCBB
Rua Primeiro de Março 66 (projeção na fachada da Av. Presidente Vargas)
(3808-2070)
Entrada Franca
Livre para todos os públicos
Artistas
VJ Spetto
Atua desde 1999 como VJ, tendo participado dos principais festivais de música eletrônica do Brasil Tim Festival, Motomix, Sonar Sound, Nokia Trends, Skolbeats, Eletronika, Creamfields, FILE, entre outros. Trabalhou com artistas da MPB - Jorge Ben Jor, Patu Fu, Roberto Carlos entre outros. Desenvolveu o videocenário do show Eletracustico de Gilberto Gil. Coordena e dirige projetos nos United VJs. Premiado como melhor VJ do mundo em 2008, atua a quase 15 anos na área, sendo um dos pioneiros no Brasil. Especialista em Large Scale Projections, VideoMapeamento e Stage Design seu território de atuação são locais no mundo todo: Londres, Lisboa, Budapest, Buenos Aires, Madrid, Azores, Barcelona, Berlin, Manchester, Porto, Valencia, Zaragoza, La Paz, entre outros. Junto com VJ Zaz criou os United VJs, que é a seleção de grandes talentos mundiais da VideoRemixagem e VideoMapeamento. É sem dúvida o DreamTeam dos VJs.
DJ Nepal
Atuamente reconhecido por suas seleções musicais ecléticas e inovadoras, que vão passeando por uma peculiar mistura de referências e ritmos: nu disco, acid, electro, funky , soul , disco music e grooves de funk70. Atuante no cenário da música carioca desde 1996, em 2000 Nepal fundou o coletivo Apavoramento Sound System . Uma espécie de crew de Djs e Artistas Visuais, que em algums anos de atuação no cenário carioca, vai além das pistas. Começaram como um sound system, invadindo espaços públicos a base de electro e break beats. Hoje o Apavoramento é também um escritório de designer digital, uma produtora de vídeo, que já assinou trabalhos visuais para clientes como Marcelo D2 e o Canal Multishow. Tem passagens pelos grandes clubes e baladas e desfiles no Brasil e exterior.
Arnaldo Antunes
Arnaldo Antunes é um músico, poeta, compositor e artista brasileiro, e começou sua carreira artística na banda Titãs. É conhecido por ser um dos principais compositores da música pop brasileira. Junto com Marisa Monte e Carlinhos Brown formou o trio Tribalistas que ganhou, em 2003, o prêmio do Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro. O artista cursou a faculdade de Letras da Universidade de São Paulo (USP).
Augusto Luís Browne de Campos (São Paulo, 14 de fevereiro de 1931) é um poeta, tradutor e ensaísta brasileiro. Estreou em 1951 com o livro "Rei Menos o Reino", quando ainda era estudante da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. É um dos criadores da Poesia Concreta, junto com seu irmão, Haroldo de Campos, e Décio Pignatari, que ao romperem com o Clube de Poesia, lançaram a revista Noigandres. Usando recursos visuais como a disposição geométrica das palavras na página, a aplicação de cores e de diferentes tipos de letras, Augusto criou Poetamenos (1953), Pop-cretos (1964), Poemóbiles (1974) e Caixa Preta (1975). Boa parte dessa produção está reunida nas coletâneas Viva Vaia (1979),Despoesia (1994) e Não (2004). Além de traduzir Stéphane Mallarmé, James Joyce, Ezra Pound, Vladimir Maiakóvski, Arnaut Daniel e e. e. cummings, entre outros, publicou as antologias Re-Visão de Sousândrade (1964) e Re-Visão de Kilkerry(1971). Seus textos críticos podem ser lidos em Teoria da poesia concreta, Balanço da Bossa, À margem da margem e o Anticrítico, entre outros. Sua obra dialoga com a música, tem parceria em canções gravadas por Caetano Veloso e Arrigo Barnabé e gravou o CD Poesia é Risco, junto com o filho Cid Campos (1994).
Augusto de Campos
Poeta, tradutor, crítico literário e musical, e ensaísta brasileiro. Forma-se em direito pela Faculdade do Largo de São Francisco. Publica seus primeiros poemas em 1949, na Revista Brasileira de Poesia, editada pelo Clube de Poesia, entidade ligada ao grupo literário da Geração de 45. Publica seu livro de estreia, O Rei Menos o Reino, em 1951. No ano seguinte, afasta-se do Clube de Poesia, por discordar de sua orientação estética, participa da criação do grupo Noigandres (palavra extraída de uma canção do trovador provençal Arnaut Daniel, que significa "o olor que afasta o tédio") e edita uma revista com mesmo nome, ao lado deHaroldo de Campos (1929 - 2003) e Décio Pignatari (1927), com quem também organiza o movimento da poesia concreta. Em 1956, participa da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e dois anos depois a revistaNoigandres nº 4 publica o Plano-piloto da Poesia Concreta, que apresenta os princípios teóricos do movimento. Em 1959, participa de uma exposição internacional de poesia concreta, em Stuttgart, Alemanha, e no ano seguinte de uma exposição realizada em Tóquio, Japão. Em 1963, apresenta-se na Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, em Belo Horizonte, e no ano seguinte expõe a série de poemas-cartazes Popcretos. Na década de 1960, com colaborações de poetas como Cassiano Ricardo (1895 - 1974),Sebastião Uchoa Leite (1935 - 2003) e Paulo Leminski (1944 - 1989), edita a revista literária Invenção. Em 1974, é publicada a Caixa Preta, conjunto de poemas visuais e poemas-objeto manipuláveis, desenvolvidos em parceria com o artista plástico Júlio Plaza. Como tradutor, Augusto de Campos divulga em português autores como Ezra Pound, Etienne Mallarmé, James Joyce, E.E. Cummings e Vladímir Maiakovski. No campo da crítica literária e do ensaio publica as antologias Re-Visão (1964 e 1971) com as obras deSousândrade (1833 - 1902) e Pedro Kilkerry (1885 - 1917), respectivamente, e Pagu: Vida-Obra (1982). Estudioso da música erudita de vanguarda, publica artigos sobre compositores como Edgar Varèse, Anton Webern e John Cage no jornal Folha de S.Paulo, reunidos posteriormente no livro Música de Invenção (1998). Augusto de Campos também se interessa por movimentos de renovação da música popular brasileira, como a bossa nova e a tropicália. Publica o livro O Balanço da Bossa (1974) e tem parcerias com os compositores Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e Arrigo Barnabé. Em 1994, grava o CDPoesia É Risco, com Cid Campos.
