Bancada da PF na Câmara celebra aumento: 'Cada governo tem a sua prioridade'

'Se a esquerda voltar ao poder, não teremos nada. E nem os militares. Eles vão colocar tudo [recursos do orçamento] em políticas sociais. Cada governo tem sua linha de atuação', diz líder da 'bancada da bala' na Câmara

Por JORNAL DO BRASIL

Bolsonaro com membros da Polícia Rodoviária Federal (arquivo)

Parlamentar federal e um dos líderes da bancada da bala na Câmara, o deputado Sanderson concedeu entrevista sobre o aumento dado às polícias federais a partir de 2022.

O Congresso Nacional concluiu a votação do orçamento para o ano de 2022 na noite dessa terça-feira (21). O texto recém aprovado prevê R$ 1,7 bilhão para reajuste e reestruturação das carreiras de policiais federais no próximo ano.

O trecho que beneficia os servidores das forças de segurança foi alvo de críticas na imprensa e nas redes sociais, que acusaram o presidente Jair Bolsonaro de promover medidas para alavancar votos na corrida presidencial de 2022.

Em entrevista ao portal Metrópoles, o deputado Sanderson explicou que "estão fazendo alarde em relação a esse reajuste". Segundo ele, a média de reajuste para os policiais [da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e agentes penais do Depen] será de 10%. Para quem está há anos sem reajuste, é até irrisório".

O deputado, que também é vice-líder do governo, afirmou se tratar de uma reestruturação das carreiras. "A bancada tem seu peso, mas nem foi isso. O desejo do presidente e a pressão foram fortes", comentou.

Parlamentares ligados diretamente à Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atuaram para convencer o relator do orçamento, o deputado Hugo Leal, a inserir o aumento para essas categorias no seu texto.

Na Câmara, existem sete deputados policiais e delegados da PF, entre os quais Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. Outros cinco são vinculados diretamente à PRF, onde fizeram carreira.

O deputado Sanderson foi o coordenador de seu partido, o PSL, na Comissão Mista de Orçamento. Ele explicou que, entre os argumentos para defender o aumento para as polícias, estão: os militares das Forças Armadas receberam, mas eles não; a categoria está sem reajuste há algum tempo; e os policiais são base de apoio do governo Bolsonaro.

"Conceder aumento aos policiais é uma pauta do Executivo, que já tinha concedido aos militares. Por que eles, e nós não? Será o último ano desse governo, comprometido com os policiais, que são sua base de apoio. É uma relação histórica e até agora o presidente Bolsonaro pouco tinha feito pelas polícias", disse Sanderson.

Ele ainda afirmou que entende que "cada governo tem sua prioridade". Para ele, "se a esquerda voltar ao poder, não teremos nada. E nem os militares. Eles vão colocar tudo [recursos do orçamento] em políticas sociais. Cada governo tem sua linha de atuação", sentenciou. (com agência Sputnik Brasil)