Tropa de choque do governo lança nota de repúdio à CPI da covid

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Por JORNAL DO BRASIL

Senador Marcos Rogério

Logo depois da última reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, às vésperas da leitura do relatório final, os senadores Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Girão (PODE-CE), Marcos Rogério (DEM-RO) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) assinaram uma nota de repúdio à forma como a CPI foi conduzida.

Na nota, a tropa de choque do governo declarou que a CPI “não atendeu aos fins propostos por não recepcionar os requerimentos apresentados na sua completude”. Eles ainda criticam a condução da mesa diretora.

Após deixar a sessão da CPI, nessa terça (19), Heinze questionou o vazamento do documento. “Está claro, com os eventos recentes, que a CPI é um triste teatro cujo relatório é, na verdade, um roteiro pronto muito antes do fim”, afirmou na rede social.

O senador Girão também fez críticas ao vazamento do relatório e afirmou que não era a primeira vez que isso acontecia. “Não é a primeira vez que isso acontece, o relatório já foi vazado outra vez e isso só faz derreter a credibilidade do resultado final”

Marcos Rogério afirmou que os trabalhos da CPI não atingiram suas expectativas. “A CPI optou por se omitir, proteger aliados e perseguir adversários políticos com fins meramente eleitoreiros. Um fim triste, mas previsível”, opinou via Twitter.

Na última segunda-feira (18), Jorginho Mello já havia criticado a sessão destinada aos depoimentos de vítimas e órfãos da covid-19. O senador acusou o grupo majoritário da CPI de agir de forma midiática com a dor das pessoas. “Eu estava decidido a entrar na sessão da CPI remotamente. Mas desisti. Deu vergonha da forma midiática com que usaram a dor das pessoas. Além disso, me revoltou ver entre os depoentes alguns notórios militantes do PT.”

A leitura do relatório final está marcada para amanhã (20/10), às 10h da manhã. O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), propõe no documento o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por homicídio doloso e outros 11 crimes. (Vinícius Alves e Audryn Karolyne/Agência Estado)