Especialistas defendem tolerância e respeito às diferenças contra o bullying

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O ataque a tiros consumado por um adolescente de 14 anos nessa sexta-feira (20) em um colégio particular de Goiânia (GO) reacendeu o debate em torno dos possíveis impactos do bullying – termo derivado da palavra inglesa que designa uma pessoa brigona e que passou a identificar, mundialmente, a situação em que uma criança ou adolescente se torna alvo de repetidas agressões físicas ou verbais. 

Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a prática é indicativa dos preconceitos e da intolerância às diferenças que permeiam o convívio social e só será superada com o engajamento de toda a sociedade.

Segundo as primeiras informações de policiais civis, o adolescente que pegou a arma da mãe, uma sargento da Polícia Militar (o pai do garoto também é oficial da corporação), e disparou contra colegas de classe, declarou ser alvo de frequentes gozações de outros alunos.

Internet

De acordo com os investigadores, o garoto pesquisou na internet por cerca de seis meses sobre armas e atentados como os ocorridos em um colégio de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999, e em Realengo, no Rio de Janeiro, em 2011. Atingidos pelos tiros, dois estudantes de 13 anos morreram instantaneamente. Outros quatro foram feridos e internados. A ação ocorreu no Dia Mundial de Combate ao Bullying.

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Para a presidente da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee), Marilene Proença, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), a violência física ou psicológica, intencional e repetitiva, é capaz de fragilizar um jovem a ponto de levá-lo a extremos contra si próprio ou contra terceiros.Adolescente que atirou em colegas disse que se inspirou em Columbine e Realengo