Michel Temer protocola na Justiça queixa-crime contra Joesley Batista

Advogados de presidente o acusam de calúnia, difamação e injúria 

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A defesa do presidente Michel Temer protocolou, nesta segunda-feira (19), na Justiça uma queixa-crime por calúnia, difamação e injúria contra o dono do grupo JBS e delator da Lava Jato, Joesley Batista. A ação, que será analisada pelo juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Justiça do Distrito Federal, foi apresentada após o empresário acusar Temer, em entrevista à revista Época deste fim de semana, de ser o chefe da "maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil". 

No domingo (18), Temer já havia reagido à entrevista e anunciado que iria à Justiça contra o que chamou de "mentiras". Temer ainda chamou Joesley de "bandido notório".

O empresário ainda afirma, na entrevista à Época, que o presidente não fazia "cerimônia" ao pedir dinheiro para o PMDB. Ele descreve uma relação de intimidade com o presidente.

Segundo a defesa de Temer, a entrevista foi "desrespeitosa e leviana", além de ofensiva à pessoa do presidente. Para os advogados, as declarações de Joesley levam a sociedade a questionar a honradez de Temer.

"Na verdade, todos sabem o real objetivo do querelado [Joesley] em mentir e acusar o querelante [Temer], atual presidente da República: obter perdão dos inúmeros crimes que cometeu, por meio de um generoso acordo de delação premiada que o mantenha livre de qualquer acusação, vivendo fora do país com um substancial (e suspeito) patrimônio.", diz trecho da petição.

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A segunda ação da defesa destaca que Joesley Batista não apresentou nenhuma prova do que disse na entrevista à Época“O ato lesivo afetou os direitos de personalidade do autor [Temer], sua honra, sua integridade psíquica e seu bem-estar íntimo, colocando em dúvida perante a sociedade a sua conduta ética e as suas virtudes. A imagem e honorabilidade do autor foram extremamente atingidas pelas levianas acusações direcionadas pelo requerido, as quais, no mínimo, colocaram em dúvida a credibilidade e idoneidade do autor como presidente da República e cidadão. Indiscutível, portanto, que o autor sofreu dano moral”, diz a peça.

O portal da revista publicou online apenas alguns trechos da entrevista, que também fala, entre outras coisas, sobre a forma como o PSDB de Aécio Neves entrou em leilões para comprar partidos nas eleições de 2014.