Planilha da Odebrecht indica uso de cervejaria em doações

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Planilhas apreendidas pela Operação Lava Jato na casa do presidente de uma das empresas da Odebrecht mostram que o grupo pode ter usado distribuidoras de cerveja para disfarçar doações eleitorais a políticos. As contribuições podem ter superado a cifra os R$ 30 milhões.

Políticos presentes na lista revelada nesta quarta-feira (23) vinham negando recebimento de recursos de forma irregular, e apresentaram recibos de doações oficiais em nome das empresas Leyroz de Caxias ou Praiamar, como o senador Aécio Neves (PSDB).

A Leyroz de Caxias e a Praiamar não são ligadas à Odebrecht, mas, sim, ao grupo Petrópolis, que fabrica as cervejas Itaipava e Cristal. De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a palavra “Itaipava” está anotada à mão ao lado de uma doação de R$ 500 mil para Luís Fernando Pezão (PMDB), governador do Rio de Janeiro. A doação está relacionada, no topo da coluna dos valores, a “Parceito IT”, que seria uma “parceria” entre a Odebrecht e a Itaipava no financiamento eleitoral.

Há valores altos associados ao “parceiro IT”. Um dos documentos sobre doações para a campanha eleitoral de 2012 apontam para um total de R$ 5,8 milhões. Em outro quadro, sem data, o “parceiro” aparece como responsável por doações de R$ 30 milhões a 13 partidos, entre eles PSDB, PMDB e PT.

As empresas ligadas à cervejaria apareceram entre as principais doadoras de campanhas em 2010, 2012 e 2014.