Delegado da PF presta depoimento reservado à CPI da Petrobras

José Alberto de Freitas falou sobre escuta clandestina na cela de Alberto Yousseff

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Terminou há pouco o depoimento reservado do delegado da Polícia Federal (PF) José Alberto de Freitas Iegas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Iegas, convocado para falar sobre o episódio da descoberta de uma escuta clandestina na cela do doleiro Alberto Youssef, em Curitiba (PR), pediu para ser ouvido em reunião fechada sob a alegação de que as investigações são sigilosas.

O delegado foi diretor da área de Inteligência da PF e teve o nome envolvido no caso por ser amigo do principal suspeito de ter instalado a escuta, o agente Dalmey Fernando Werlan, que está prestando depoimento agora à CPI, também em reunião reservada – sem cobertura jornalística, transmissão pela TV ou internet e com a presença apenas de integrantes da comissão, assessores autorizados e taquígrafos da Câmara. As notas taquigráficas, porém, serão classificadas como reservadas e não serão divulgadas.

O terceiro depoimento previsto para hoje é o do empresário Auro Gorentzvaig, ex-conselheiro e acionista da Petroquímica Triunfo, do Rio Grande do Sul. Ele acusa a Petrobras de comprar empresas do setor petroquímico por até três vezes o valor de mercado e de beneficiar a Odebrecht em uma operação acionária que fez a família perder o controle da Triunfo.

Em documentos enviados por ele ao Ministério Público, Gorentzvaig acusa o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Mencionou também o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da então presidente do Conselho Administrativo da Petrobras, Dilma Rousseff.