Operário morre na Arena Pantanal

Foi a nona morte ocorrida durante as obras em estádios da Copa no Brasil

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Um operário morreu nesta quinta-feira (8) nas obras na Arena Pantanal, em Cuiabá, após receber uma descarga elétrica. O estádio vai receber jogos da Copa. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atendeu a ocorrência, informou que a vítima sofreu uma parada cardiorespiratória. 

O trabalhador foi socorrido por duas equipes no próprio estádio, mas não resistiu, e morreu no local do acidente.

As primeiras informações indicam que ele trabalhava em uma empresa terceirizada contratada pelo consórcio responsável para executar a obra. O acidente ocorreu no setor leste. O operário foi identificado como Muhammed Ali Maciel. 

Com isso, sobe para nove o número de mortes durante as obras em estádios da Copa. Somente na Arena Corinthians foram três operários mortos. A última vítima, Fabio Hamilton da Cruz, morreu em março, no hospital Santa Catarina, horas após cair de uma altura de oito metros quando participava da obra de instalação das arquibancadas provisórias. 

A Arena Corinthians ainda foi palco da morte de dois funcionários no dia 27 de novembro do ano passado. Na ocasião, três estruturas metálicas caíram na parte de trás do estádio em construção, causando a morte de Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e Ronaldo Oliveira dos Santos, de 44. As estruturas foram atingidas por um guindaste que estava colocando a última treliça, de 500 toneladas, sobre o prédio leste. 

O primeiro óbito nas construções dos estádios para a Copa foi registrada em junho de 2012, quando José Afonso de Oliveira Rodrigues, de 21 anos, despencou de altura de 30 metros no estádio Mané Garrincha. 

O maior número de mortes, quatro, ocorreu na Arena da Amazônia, em Manaus. Em março do ano passado, Raimundo Nonato Lima Costa, de 49 anos, não sobreviveu após cair de uma laje. Em outra queda, ocorrida em 14 de dezembro, a vítima foi Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos.

No mesmo dia, José Antônio Nascimento Souza, de 50 anos, sofreu um mal súbito enquanto trabalhava na obra do Centro de Convenções do Amazonas, que faz parte do complexo construído para a competição. A última morte foi do português Antônio José Pita Martins, de 55 anos, que sofreu um acidente durante a desmontagem de um guindaste.

A lista de fatalidades nas construções dos estádios brasileiros fica ainda maior quando incluídas novas arenas que não estarão na Copa. Em janeiro deste ano, um funcionário que trabalhava na manutenção do sistema de iluminação da Arena do Grêmio morreu eletrocutado. Em abril, um operário foi atingido por uma viga e também morreu na construção da Arena Palmeiras.