BA: PF faz operação contra grupo que explorava caça-níqueis

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SALVADOR - A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta quarta-feira uma operação para desarticular uma quadrilha especializada na exploração de máquinas caça-níquel na Bahia. O grupo também é acusado de praticar os crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular. Ao todo, a operação Reset pretende cumprir 14 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão na Bahia, no Ceará e em São Paulo.

Segundo a PF, o grupo é chefiado por Augusto César Requião, Valdemir Acácio Osório, José Luis de Oliveira Simões e Leonardo Reis Almeida, principais proprietários das empresas 2M2B Montadora de Máquinas LTDA e OM Recreativo LTDA. Os suspeitos já foram alvo de investigação da Polícia Federal pelos mesmos crimes em 2007, durante a operação Aposta, quando foram indiciados e denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF).

Mesmo denunciado, o grupo continuou a praticar os crimes, segundo a PF, alterando apenas a forma como as peças eletrônicas importadas chegavam ao estado, utilizando as empresas no esquema. "Tais empresas possuem toda estrutura necessária para explorar pontos de jogos eletrônicos, criando desde os softwares dos jogos instalados, fabricando as estruturas de madeira, montando os kits com as peças eletrônicas, transportando, instalando e dando manutenção as máquinas", diz a PF.

Além das empresas citadas, para importar o material a quadrilha contaria com a participação de Oliver Michel Franceschi, residente em Fortaleza (CE), e com a empresa Sygmatron Indústria e Comércio LTDA, localizada em São Caetano do Sul (SP) e pertencente a Wilbis Wilson Paulo. Ambos são alvos das buscas realizadas na manhã de hoje e tinham plena ciência dos crimes cometidos, de acordo com a PF.

Análise dos documentos apreendidos durante a operação de 2007 apontaram que a quadrilha possuía na época mais de 7 mil máquinas de caça-níquel distribuídas na Bahia. Hoje, estima-se que este número já passe das 20 mil máquinas. O faturamento gira em torno de R$ 50 milhões por ano. Caso condenados, os envolvidos podem pegar até 52 anos de prisão.