PF identifica suspeitos de fraude em concursos da Anac e Abin

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Portal Terra

DA REDAÇÃO -

Os 45 candidatos suspeitos de fraudar concursos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante a operação Tormenta da Polícia Federal, foram identificados pela PF e agora poderão ter a prisão preventiva decretada. De acordo com o órgão, 36 teriam tido acesso à prova da Anac de 2009, sendo que 11 tomaram posse. No caso do concurso de 2008 da Abin, nove são acusados de ter acesso à prova e um deles tomou posse como oficial de inteligência.

A Operação Tormenta foi deflagrada no dia 16 de junho, desmontando uma quadrilha que fraudava concursos públicos em todo o País. Foram expedidos 12 mandados de prisão, seis temporárias e seis preventivas, para os supostos integrantes do grupo criminoso. Com a identificação dos candidatos beneficiados, eles serão ouvidos a partir desta terça-feira pela PF e também podem ser presos, de acordo com o grau de envolvimento na fraude.

O delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, responsável pela operação, afirmou na época que a quadrilha chegava a cobrar R$ 50 mil pelas respostas da prova da 2ª fase de 2010 do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), US$ 50 mil pela de agente da PF de 2009 e US$ 150 mil pela prova do auditor da Receita Federal (Auditor-Fiscal/1994). Além disso, o grupo cobrava R$ 30 mil para fornecer diplomas aos candidatos.

Foram expedidos 34 mandados de busca e apreensão, sendo 21 na Grande São Paulo, um no Rio de Janeiro, três na região de Campinas e os demais na Baixada Santista. Segundo a PF, a organização criminosa tentou fraudar os concursos da Caixa Econômica Federal, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A polícia negou que estas provas foram efetivamente fraudadas, mas constatou indícios do delito em outros concursos, que também serão investigados.

A atuação do grupo para obter as respostas das provas era variada. A PF identificou que os integrantes aliciavam pessoas que tinham acesso ao caderno de questões, para acesso antecipado às provas, repassavam as respostas por ponto eletrônico durante a realização do teste e também indicavam uma terceira pessoa mais preparada para fazer o concurso no lugar do candidato-cliente.