PF desmonta rede de contrabando de cigarros na fronteira
Jornal do Brasil
BRASÍLIA - A Polícia Federal desmontou nesta terça-feira uma nova rede de contrabando de cigarro paraguaio que abastecia São Paulo e Paraná. Chamada de Operação Zero Grau, a operação envolveu 70 policiais e resultou na prisão de nove pessoas, na apreensão de pelo menos três caminhões frigoríficos e de 1,5 milhão de maços de cigarro, o produto que hoje encabeça o contrabando na fronteira entre Brasil e Paraguai.
A quadrilha operava há mais de um ano e era chefiada, segundo a polícia, pelos irmãos Dejair e Sérgio de Souza Fabrício, dois grandes contrabandistas, sediados em Naviraí (MS), responsáveis pela distribuição de cigarros ilegais em todos os estados do Sudeste e Sul do país. Os dois foram presos nesta terça-feira.
As investigações da Polícia Federal iniciaram há um ano, quando a Justiça Federal autorizou que fossem grampeados os telefones dos principais envolvidos. Nesse período, sete inquéritos policiais foram abertos. O desfecho ocorreu nesta terça de madrugada para cumprir 16 mandados de prisão em Campo Grande, Dourados, Eldorado (MS), Alto Paraíso e Maringá (PR). Segundo a polícia, a quadrilha era tão organizada que se dividia em cinco grupos: os gerentes do contrabando, os proprietários de caminhões de transporte, motoristas, batedores e olheiros.
As cargas de cigarros, armazenados em galpões clandestinos na fronteira com o Paraguai, eram transportadas por carretas-tanque e caminhões frigoríficos para tentar camuflar o contrabando. Os veículos seguiam em comboio acompanhados de batedores . O transporte era operado a partir de Salto de Guairá, no Paraguai, a mercadoria era administrado por um grupo baseado em Eldorado (MS) e a distribuição ficava a cargo de integrantes da quadrilha em São Paulo e Maringá.
Para evitar prejuízos com a apreensão dos veículos usados no contrabando, Dejair e Sérgio de Souza Fabrício usavam laranjas, simulavam contrato de locação, tudo sustentado por notas fiscais frias. Usando o transporte de produtos frigoríficos como fachada, o esquema todo funcionava como se fosse uma empresa normal, com contabilidade em que tudo era registrado e depois reinvestido na empresa .
