TAM: IML não tem vestígios de quatro vítimas

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Portal Terra

SÃO PAULO - O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo comunicou aos familiares das vítimas do vôo 3054 da TAM, neste domingo, que não foram localizados fragmentos de quatro das 199 vítimas em todo o material analisado. O IML já concluiu o trabalho de identificação de todos os corpos e fragmentos que foram entregues desde o dia da tragédia.

O órgão informou também que há em seu poder 280 fragmentos de corpos que já foram sepultados. Esses fragmentos pertencem a 30 dos 195 já liberados aos familiares.

- Todo o material que chegou até as mãos do IML já foi analisado. Nenhum fragmento das quatro vítimas que ainda não foram identificadas está entre eles - disse o diretor de Divisão do IML de São Paulo, Carlos Alberto de Souza Coelho.

O Airbus da TAM, que fazia o vôo 3054 de Porto Alegre a São Paulo, não conseguiu pousar no Aeroporto de Congonhas, na zona sul, e colidiu contra o prédio da TAM Express, matando 199 pessoas, no dia 17 de julho.

Coelho explicou que as buscas nos escombros no prédio da TAM prosseguem e que, se algum novo fragmento for encontrado, será imediatamente enviado para análise do Instituto Médico Legal (IML).

- Por isso, não podemos dizer que os trabalhos estão encerrados - ressaltou.

A Secretaria de Segurança Pública informou que nos escombros foram encontrados vestígios do metal titânio fundido, o que indica que a temperatura atingiu cerca de 2.000 ºC - necessários para a fusão desse material. O metal seria da composição da própria aeronave.

De acordo com Dário Scott, que perdeu uma filha no acidente, há duas opções para o destino desses 280 fragmentos, que serão definidos caso a caso pelos familiares.

Ele afirma que o primeiro destino possível dos fragmentos é a entrega às famílias, que fariam então um novo sepultamento. Porém, algumas delas, para evitar novo estresse psicológico, podem optar por não recebê-los. Nesse caso, os fragmentos poderiam ser enterrados com o consentimento dos familiares, com a assinatura de um documento, ou então cremados em uma cerimônia coletiva.

Os familiares estão reunidos neste domingo em um hotel de São Paulo e à tarde farão uma manifestação no local do acidente, lembrando os dois meses do desastre, que será completado nesta segunda-feira. Eles divulgarão um manifesto ainda hoje, cobrando mais rapidez e transparência nas investigações.

Uma comissão vai a Brasília nesta segunda-feira, quando será ouvida por parlamentares que investigam as causas do acidente, em uma audiência pública.